Autor: Brian Staveley
Páginas: 736
Ano: 2019
Editora: Novo Século
Gênero: Fantasia
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:



Resenha:
Ano: 2019
Editora: Novo Século
Gênero: Fantasia
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:





Sinopse: O Império Annuriano está perdendo uma guerra em duas frentes – e não está claro quem o comanda. Adare, no coração da tempestade, reivindica para si o título de imperador. No entanto, ela não pode conter os implacáveis urghuls sem apoio. A profetisa de Intarra, atormentada pelo que fez ao irmão Valyn, precisa de seu brilhante general, Ran il Tornja, mas a lâmina da traição paira rente e afiada sobre sua pele. Além disso, é praticamente impossível se antecipar às hábeis estratégias do milenar comandante, agora desmascarado como assassino do pai dela e remanescente de uma raça antiga, que tentou há muito destruir a humanidade. Gwenna, Talal e Annick, os kettral remanescentes, precisam lidar com um desafio letal: voltar às Ilhas Qirins, onde foram treinados, e expurgar de lá um terrível mal que se instalou e está ceifando vidas. Kaden, verdadeiro herdeiro do Trono de Pedra Bruta, enxerga na república uma maneira de salvar seu povo dividido. Mas ele enfrenta algo mais terrível do que a guerra ou mesmo il Tornja: deuses caprichosos caminham pela terra dentro de corpos humanos e precisam ser libertados antes que alguém mate seus hospedeiros – ou aquilo que se conhece como humanidade deixará de existir.
Poderia ser muito melhor!
Para ler as resenhas anteriores, clique nas imagens abaixo:
*Esta resenha pode conter spoilers dos livros anteriores*
Nesse desfecho teoricamente eletrizante das Crônicas do Trono de Pedra Bruta, Adare, agora a imperadora de Annur, se vê sem outra opção a não ser se aliar com Ran Il Tornja para impedir que os urghuls invadam a capital. Porém, o comandante (e assassino do seu pai) se mostra completamente imprevisível, além de estar envolvido com um plano secular para acabar com a humanidade.
Do outro lado do império, os amigos de Valyn, que agora são kettrals renegados, precisam voltar às Ilhas Qirins para destronar um líder que se intitulou dono do pedaço.
Quanto a Kaden, o herdeiro do trono, as decisão de transformar o império Annuriano em uma república pesa para salvar a todos, ao mesmo tempo que deuses dentro de hospedeiros humanos precisam ser libertados antes que sejam mortos nas mãos do inimigo.
*Fim dos spoilers*
Considerando os acontecimentos chocantes do livro anterior, em especial no que se refere ao arco de Triste (que foi imensamente desperdiçada aqui), as minhas expectativas para O Último Elo Mortal eram MUITO altas, mas eu simplesmente não sei o que aconteceu com o autor, pois o final deixou bastante a desejar.
"O sangue ainda corria dos cortes em seu rosto e couro cabeludo quando Adare irrompeu pelas portas da câmara do conselho. Pelo menos, a intenção dela era irromper."
O grande problema aqui reside na decisões completamente infundadas dos protagonistas. Adare, que foi a minha personagem favorita nos volumes anteriores, está muito instável, e confesso que achei a protagonista muito irritante.
"Eles haviam encontrado uma maneira, quando criaram os Atmani, de manter os feiticeiros humanos vivos por um tempo muito longo. Vivo, no entanto, não era o mesmo que jovem."
Tudo bem que considerando toda a situação com Ran Il Tornja era até compreensivo que ela desconfiasse de tudo e todos, mas o fato de Adare ficar duvidando do próprio irmão (Kaden super sensato) me deixou sem paciência durante boa parte do livro.
"Embora o mundo permanecesse implacavelmente escuro para os olhos cheios de cicatrizes de Valyn, ele podia sentir o vento frio, afiado sobre a pedra da montanha e brilhante como o gelo."
Já o plot de Kaden com Triste foi algo que funcionou muito bem, embora, como eu já mencionei, o interesse amoroso do herdeiro pudesse ter um desenvolvimento bem mais aprofundado. Gostei da jornada dos dois personagens, sem contar que Staveley conseguiu inserir mais ambientações para expandir do que já tínhamos visto do império annuriano.
"Um bom ladrão, ela sempre acreditou, seria discreto, esquecível, sem graça como um muro de pedra, uma criatura de dedos rápidos e roupas velhas."
Outro ponto positivo foi o grande protagonismo de Gwena, que praticamente tomou o lugar de Valyn depois das cenas finais do segundo volume. A kettral teve uma construção bem gradual ao longo da trilogia, e quando chegamos no terceiro livro só queremos abraçar essa guerreira destemida.
"Kaden podia se lembrar perfeitamente do seu primeiro encontro com Triste. Seus olhos eram nítidos e claros, brilhantes como as flores da selva abrindo-se ao sol ao redor dele agora."
Mas gente, e o que dizer da "batalha final" envolvendo Ran Il Tornja e os outros deuses? Um show de conveniências, e houve tantas inconsistências que em algumas cenas eu simplesmente não entendia o que estava acontecendo. O vilão da história, que era super poderoso, é derrotado de uma forma bem boba que eu tive que ler duas vezes para confirmar se era só aquilo mesmo.
"O som trouxe de volta a lembrança da visão: da corrente do rio quebrando-se contra pedras de tamanho de casas no leito rochoso, jogando o borrifo da água a quinze metros de altura."
Devo dizer, contudo, que mesmo o terceiro volume sendo fraco se comparado aos seus irmãos, a trilogia continua sendo uma excelente fantasia, que com certeza deve satisfazer quem procura algo original. Dessa forma, O Último Elo Mortal prova que nem sempre o que começa bom termina bom, mas o importante é aproveitar os pontos positivos, que são muitos.
Até a próxima resenha!