A Corrente - Adrian McKinty

14 de fevereiro de 2020

Título: A Corrente
Autor: Adrian McKinty
Páginas: 378
Ano:2019
Editora: Record
Gênero: Suspense
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:  
Sinopse: Vítima.
Sobrevivente.
Sequestrador.
Criminoso.
Você vai se tornar cada um deles.

O dia começa como qualquer outro. Rachel Klein deixa no ponto de ônibus a filha de 13 anos, Kylie, e segue sua rotina. Mas o telefonema de um número desconhecido muda tudo. Do outro lado, uma voz de mulher avisa que Kylie está no banco de trás de seu carro, e que Rachel só verá a filha de novo se pagar um resgate ― e sequestrar outra criança.

Assim como Rachel, a mulher no telefone é mãe, também teve o filho sequestrado e, se Rachel não fizer exatamente o que ela manda, o menino morre, e Kylie também. Agora Rachel faz parte da Corrente, um esquema aterrorizante que transforma os pais das vítimas em criminosos ― e, ao mesmo tempo, deixa alguém muito rico.

A Corrente é implacável, apavorante e totalmente anônima. As regras são simples: entregar o valor exigido, escolher outra vítima e cometer um ato abominável do qual, apenas vinte e quatro horas antes, você se julgaria incapaz. Rachel é uma mulher comum, mas, nos dias que se seguem, será levada a extremos que ultrapassam todos os limites do aceitável. Ela será obrigada a fazer escolhas morais inconcebíveis e executar ordens terríveis. Os cérebros por trás da Corrente sabem que os pais farão qualquer coisa pelos filhos. Mas o que eles não sabem é que talvez tenham se deparado com uma oponente à altura. Rachel é inteligente, determinada e... uma sobrevivente.

Resenha: 
"Há alguma sabedoria naquele que, com um olhar sombrio, considera este mundo como uma espécie de inferno.
Arthur Schopenhauer, Parerga e Paralipomena, 1851"

Comecei essa leitura sem nenhuma expectativa mas por indicação de duas amigas em quem confio muito com relação a opiniões literárias (uma delas quase sabe melhor do que eu aquilo que vou gostar).

No começo somos apresentados a Rachel, uma mulher que procura achar seu caminho profissional e como pessoa num processo de tentativa de superação de um câncer.

Divorciada, mãe de uma filha adolescente, ela se vê envolvida em um esquema chamado A Corrente, que não tem absolutamente nada da inocência daquelas mensagens chatas e repetitivas que recebemos todos os dias bombardeando nossas redes sociais, aplicativos de mensagens e e-mails

Falando em ferramentas que envolvam tecnologia, vocês já analisaram o quanto da vida de vocês é exposta nessas situações e se isso os torna vulneráveis e vigiados? Não? Ok. Vamos continuar.

Iniciamos a leitura conhecendo Kylie, uma adolescente de 13 anos que está em um ponto de ônibus com seu celular e fone de ouvido, postando em suas redes sociais... Algo natural e que faz parte do nosso dia a dia, certo? Porém, enquanto ela está ali, distraída, alguém a observa, se aproxima e a jovem é abordada por um homem com touca de ninja que aponta um revólver para o peito dela e anuncia que não pretende machucá-la mas que está sendo sequestrada. Kylie percebe a gravidade do que está acontecendo e pensa em várias garotas que passaram pela mesma situação e foram libertadas. Mas o pavor chega quando, no percurso para o suposto cativeiro, a motorista da van atira em um policial que os abordou por excesso de velocidade.



Em seguida o autor nos apresenta Rachel, a mãe de Kylie. Ela tem 35 anos e está se preparando para a consulta com uma oncologista onde saberá como está o processo de remissão de seu câncer e ansiosa para começar em um emprego novo. Para descontrair manda mensagem a sua filha com uma daquelas piadas bobas das quais só as mães riem mas não obtém resposta. Ao invés do retorno da filha ela recebe uma ligação de um número desconhecido:

"Você tem que se lembrar de duas coisas — diz uma voz distorcida eletronicamente. — Número um: você não é a primeira e certamente não será a última. Número dois: lembre-se, não é pelo dinheiro. É pela Corrente."

Ela acredita ser uma pegadinha de mau gosto até que outra ligação chega e desta vez é uma mulher lhe dizendo que sequestrou Kylie e passando todas as regras para que esta seja liberada sem ferimentos. Entre as regras tem um valor em dinheiro e a continuidade ao sistema de Corrente.

"Sinto muito, Rachel, tenho péssimas notícias. Você está com caneta e papel pra anotar as instruções?
— O que aconteceu? — pergunta ela, agora de fato apavorada.
— Eu sequestrei a sua filha."

Não vou dizer mais muita coisa para não dar spoiler pois se trata de uma leitura que envolve suspense e ação sendo que em alguns momentos o fator surpresa é importante na formação da trama.

No decorrer da leitura teremos alguns outros personagens inseridos, entre eles Marty o ex marido fútil e terrivelmente gato de Rachel e Pete, irmão de Marty e tio de Kylie.

No geral eu gostei muito da leitura, me arrebatou com o suspense e as situações apresentadas, me assustou que a situação apresentada pelo autor seja tão real e possível de acontecer debaixo dos nossos olhos. .

Me fez pensar em como somos stalkeados diariamente por pessoas que não conhecemos e como damos a elas munição para um controle de nossas vidas do qual não temos ideia das consequências que pode trazer a nós e nossas famílias.


O livro é dividido em duas partes e 77 capítulos (essa é uma informação interessante e uma excelente sacada do escritor) e temos narrativas do passado e presente de alguns personagens ocorrendo paralelamente em capítulos alternados.

O autor, Adrian McKinty, é uma imigrante irlandês de 51 anos, erradicado na Austrália e até pouco tempo atrás era um simples motorista de Uber. Embora alguns o comparem a Ian Fleming (criador de James Bond), na minha humilde opinião, da pra perceber a falta de maturidade literárias em alguns pequenos deslizes que, no entanto, não comprometem a estrutura da narrativa nem o suspense (eu o li em 2 dias e isso é algo que poucos livros conseguem de mim).

A construção dos personagens é muito bem feita e ele conseguiu conduzir nossa dança de forma que eu imaginava outro final (não que eu não tenha gostado, achei muito coerente).

Essa leitura foi debatida com alguns amigos e o consenso geral é de que o livro é bom, bem escrito, e que daria uma excelente adaptação cinematográfica (que aliás, está em pré produção!).

Espero que vocês leiam e venham aqui registrar sua opinião também!!!

Ah! Lembram da pergunta que fiz sobre redes sociais? Depois da leitura me digam se vocês mudaram alguma coisa na rotina diária...



5 comentários

  1. Não vejo a hora do meu livro chegar!!!Ele estava na lista dos meus mais desejados e mesmo que ainda falte algo, sei que vou amar a história!
    E é sério que já será filme? Puxa, essa me pegou de surpresa e claro que já vou ter lido o livro!
    Eu não curto isso de comparações, prefiro acreditar que cada autor é único, sendo bom ou não.
    Lerei!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

    ResponderExcluir
  2. Olá! O que mais me chamou atenção no enredo do livro é ser tão inovador e daqueles que com certeza vai prender o leitor, mas ao mesmo falar sobre algo que pode cada dia mais, acontecer a qualquer um de nós, ainda mais com tudo que expomos (eu já liguei meu botão de alerta sobre isso) por aí nas redes sociais, esse é um gênero que não leio muito, mas que sempre desperta meu interesse, por isso ele está na minha lista de desejados, Rachel parece ser uma personagem incrível e vai ter que tomar decisões bastantes difíceis para poder recuperar sua filha.

    ResponderExcluir
  3. É um livro que chamou minha atenção desde o início e pretendo ler em breve. Antes que aconteça o lançamento dele em livro ou algo do tipo. Para fugir dos spoilers.
    A premissa parede ser muito boa.
    Ganhou minha atenção 👸

    ResponderExcluir
  4. Olá!
    Já vi muito esse livro e pretendo muito ler. Gosto bastante desse gênero de mistura de mistério com suspense. Espero muito ler esse ano em algum momento.

    Meu blog:
    Tempos Literários

    ResponderExcluir
  5. Oi, Fabiola
    Olha tô louca para ler esse!
    Coitada da Rachel.
    Imagino o desespero duma mãe num momento como esse.
    Eu só de imaginar já fico angustiada.
    Também acho que as redes sociais nos expõe demais a quem não deve kkkk
    Assim que der lerei.
    Bjs

    ResponderExcluir