O Diário de Nisha - Veera Hiranandani

16 de janeiro de 2020

Título: O Diário de Nisha
Autor: Veera Hiranandani
Páginas: 288
Ano: 2019
Editora: Darkside
Gênero: Literatura Infantojuvenil, Refugiados, Índia, Ficção Infantojuvenil
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:   
Sinopse: Nisha não é de falar muito. Quietinha e reservada, prefere observar as pessoas ao seu redor e anotar os detalhes do cotidiano em seu diário, onde pode ser ela mesma. E ser ela mesma não é nada fácil no epicentro da Partição da Índia, que, após séculos de tensão religiosa, atinge seu ápice criando dois estados independentes do governo britânico: a Índia (maioria hindu) e o Paquistão (maioria muçulmana). Parte hindu e parte muçulmana, Nisha não sabe muito bem a qual lugar pertence, e não entende os desdobramentos políticos deste momento tão crucial da história. Por que hindus e muçulmanos estão brigando tanto entre si? Por que milhares de pessoas precisam abandonar seus lares? E por que tantas acabam morrendo ao atravessar as fronteiras?Com as tensões criadas pela separação, o pai de Nisha decide que é perigoso demais para eles permanecerem no lugar que, agora, se tornou o Paquistão. É neste cenário turbulento que Nisha e sua família — o irmão Amil, a avó e o pai — embarcam no primeiro trem, rumo a um novo lar.
"Falar é assustador porque, quando as palavras são ditas, não podemos pegá-las de volta."

Resenha: Estava vendo os lançamentos no site da editora e acabei não só me apaixonando pela parte gráfica do livro, mas também pela sinopse da história. É parte real, parte ficção e me surpreendi pela maneira que a escritora consegue colocar em palavras tanto sofrimento que muitos devem ter passado.

"Amil gosta de falar. Ele gosta de correr. Gosta de rir. Gosta de gritar. Mas odeia pegar no lápis para qualquer coisa, exceto desenhar."


A parte real é que de fato a Índia, que era regida pela Inglaterra, acaba por tornar-se independente do governo inglês. A divisão aconteceu em 1947 e de um lado ficou a Índia como conhecemos e do outro lado ficou Paquistão.

"Acho que consigo saber quem é ruim e quem não é. Os ruins roubam coisas grandes. Os outros, não."

A ficção é a história que a autora usa por base de Nisha, que sendo muito tímida e calada acaba ganhando de aniversário um dia do cozinheiro e por meio dele nos conta tudo que está acontecendo a sua volta. É uma discrição ora franca, ora poética e com tanta clareza que abre nosso olhos físicos e espirituais para que possamos ver que todos somos seres semelhantes e que muitas vezes não nos compreendemos.

"Amil diz que é bom nos libertarmos dos britânicos, mas o que isso significa? Liberdade não é poder escolher onde se quer estar?"


Esse livro me encantou, me marcou e me emocionou profundamente, não de chorar, mas de tocar fundo na alma, no âmago. Guerras em nenhum lugar são boas e o mal que elas trazem são os piores do que se possa imaginar.

"Quando se divide as pessoas, elas escolhem lados. Tem muita confusão e medo por aí."

A cada capítulo, Nisha vai nos contando como era, como foi mudando e como a Índia ficou. É um relato ficcional, mas triste, de resistência e superação. Vale muito a pena comprar e ler com calma, tranquilidade esse livro. Com certeza, não pode ser uma leitura rápida.

8 comentários

  1. Não vejo a hora do meu livro chegar!!!Acho que ele deve esta estourando por aqui e fico só imaginando a beleza que este livro traz esteticamente e interiormente!
    Aliás, complicado elogiar os livros da DarkSide né? Todos sempre são tão lindos.
    E isso de trazer uma parte real e outra ficção é fascinante.
    Já quero me jogar no universo de Nisha!!!
    Lerei em breve!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Ah esse livro além de belíssimo tem uma história muito bonita e cativante pelo visto.
    Logo lerei ele!
    Amei a resenha ❤ sou apaixonada por livros que nos conquistam e nos emocionam
    😘😘😘

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  3. Olá Raquel!
    Eu estava ansiosa por essa resenha. A trama é sensacional, adoro quando há uma parte História envolvida, assim podemos aumentar a bagagem cultural e ainda nos encantar com a trajetória de Nisha. Mas pelos quotes esse jornada não vai ser nada fácil, e uma coisa que me chamou a atenção e que não foi mencionado na resenha é a relação da menina com a comida, a união que o ato de se alimentar pode proporcionar. E que edição maravilhosa, é claro que tinha de ser Darkside.
    Beijos

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  4. Olá Raquel!
    A Darkside acertou em cheio ao trazer o maravilhoso O Diário de Nisha para cá, pois o livro é de uma profundidade sem igual, riquíssimo pela escrita datalhamente descritiva de Hiranandani.
    Além de fazer com que o leitor conheça um pouco da história e cultura da Índia, a autora também nos conta, de uma forma comovente e dolorosa, das cicatrizes da guerra, mostrando o abalo psicológico que a mesma traz.
    Beijos.

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  5. Raquel!
    Deve ser uma linda ficção, ainda mais que traz a ambientação na Índia, um país que é totalmente mágico.
    Fiquei tão curiosa e acredito que deve ser uma viagem inimaginável ler esse livro.
    cheirinhos
    Rudy

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  6. Olá!
    A editora sempre arrasa em suas edições, desejo muito ter-lo na estante. Esse livro vi muitos falarem sobre ele, a trama e bastante curiosa e interessante. Espero ter a oportunidade de ler em breve!

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  7. Olá! É tão bom me deparar com um livro assim, amo por demais esses livros que trazem um toque de realidade para suas histórias e com uma edição tão linda, fica praticamente impossível resistir à leitura (risos). Esses trechinhos já me deixaram aqui impactada e sem dúvida lencinhos se farão necessários, realmente é aquele tipo de leitura que a gente tem que fazer aos poucos para poder absorver tudo que ela quer nos passar.

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  8. Puxa, que livro interessantíssimo e de um aprendizado significativo. Gostaria de ler mais pelo fato histórico, pois é tão difícil entender o que acontece na Índia e suas diferenças. A história de Nisha mesmo não sendo verdadeira, mas é o que acontece com muitos.

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