A Menina que brincava com Fogo - Millennium, 02 - Stieg Larsson

15 de outubro de 2019

Título: A Menina que brincava com Fogo - Millennium, 02 - Stieg Larsson
Autor: Stieg Larsson
Páginas: 607
Ano: 2009
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Literatura Estrangeira, Ficção, Suspense, Investigação, Romance Policial
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:   
Sinopse: "Não há inocentes. Apenas diferentes graus de responsabilidade", raciocina Lisbeth Salander, protagonista de A menina que brincava com fogo, de Stieg Larsson. O autor - um jornalista sueco especializado em desmascarar organizações de extrema direita em seu país - morreu sem presenciar o sucesso de sua premiada saga policial, que já vendeu mais de 10 milhões de exemplares no mundo.
Nada é o que parece ser nas histórias de Larsson. A própria Lisbeth parece uma garota frágil, mas é uma mulher determinada, ardilosa, perita tanto nas artimanhas da ciberpirataria quanto nas táticas do pugilismo, que sabe atacar com precisão quando se vê acuada. Mikael Blomkvist pode parecer apenas um jornalista em busca de um furo, mas no fundo é um investigador obstinado em desenterrar os crimes obscuros da sociedade sueca, sejam os cometidos por repórteres sensacionalistas, sejam os praticados por magistrados corruptos ou ainda aqueles perpetrados por lobos em pele de cordeiro. Um destes, o tutor de Lisbeth, foi morto a tiros. Na mesma noite, contudo, dois cordeiros também foram assassinados: um jornalista e uma criminologista que estavam prestes a denunciar uma rede de tráfico de mulheres. A arma usada nos crimes - um Colt 45 Magnum - não só foi a mesma como nela foram encontradas as impressões digitais de Lisbeth. Procurada por triplo homicídio, a moça desaparece. Mikael sabe que ela apenas está esperando o momento certo para provar que não é culpada e fazer justiça a seu modo. Mas ele também sabe que precisa encontrá-la o mais rapidamente possível, pois mesmo uma jovem tão talentosa pode deparar-se com inimigos muito mais formidáveis - e que, se a polícia ou os bandidos a acharem primeiro, o resultado pode ser funesto, para ambos os lados.

A menina que brincava com fogo segue as regras clássicas dos melhores thrillers, aplicando-as a elementos contemporâneos, como as novas tecnologias e os ícones da cultura pop. O resultado é um romance ao mesmo tempo movimentado e sangrento, intrigante e impossível de ser deixado de lado.
                                                   
Resenha:


“Sonhava com um galão de gasolina e um fósforo.
Ela o via, encharcado de gasolina.Podia sentir fisicamente a caixa de fósforos na sua mão. Chacoalhava a caixa de fósforos, que fazia um barulhinho. Ela a abria e escolhia um fósforo...
.... Parecia um trovão demorado. Via a ponta do fósforo se inflamar.”

Este é o segundo livro da originalmente trilogia Millennium do autor sueco Stieg Larsson, publicado no Brasil pela editora Companhia das Letras, e que atualmente se tornou uma série, com mais três livros escritos por outro autor sueco, após a morte de Larsson.

Por se tratar de uma seqüência essa resenha trás spoilers do primeiro livro, que caso desejem conhecer um pouco mais, temos já resenha lançada, para a ler, basta clicar na imagem abaixo.

                                                              

No primeiro livro fomos apresentados a dois protagonistas extremamente diferentes um do outro, porém que criaram um relacionamento muito interessante, enquanto desvendavam um crime.

Mikael Blomkvist é um jornalista investigativo, mulherengo e de bom coração, que no primeiro livro viu sua carreira enfrentar um grande problema, publicou uma matéria, cuja fonte principal, lhe entregou um material, verdadeiro, mas que não podia provar, com isso foi processado por difamação e preso.

Com isso ganhou um poderoso e desonesto inimigo, mas com uma virada do destino foi contratado para uma investigação particular, para um magnata sueco, que desejava saber antes de morrer o que tinha acontecido com sua herdeira Harriet.

Durante a investigação que se provou muito mais do que um desaparecimento, e sim uma caça a um serial killer que matava mulheres há mais de 50 anos, e que já era a segunda geração de assassinos na família, descobriu também que Harriet, estava viva e tinha era fugido.

Mas ele não descobriu isso sozinho, teve a ajuda de uma hacker talentosa e de aparência exótica. Lisbeth Salander é um grande mistério, sua vida repleta de violência e segredos, mas se uniu ao jornalista a ambos resolveram o mistério e os crimes da família Vanger, e durante esses meses trabalhando junto, ela se apaixonou por ele.

O que foi inesperado, principalmente para ela.

Após terminarem o caso, ela fez algo mais por ele. Conseguiu provas para inocentar Mikael da acusação de difamação, e ainda saiu milionária dessa vingança pessoal.

Porém, ela acabou cortando todas as ligações com ele após o ver com uma amiga e amante. Achando que ele tinha apenas ficado por ela por um tempo e não estava com os mesmo sentimentos que ela.

Lisbeth passa um ano fora da Suécia passeando e aproveitando sua nova fortuna.

E é assim que começa este segundo livro, que trás uma ameaça muito mais pessoal e mortal para a jovem do nunca.

Seus segredos do passado voltam para assombrá-la e durante isso ela de repente se vê como a suspeita de um triplo assassinato.

Com toda a polícia da Suécia a caçando, ela percebe que mais uma vez precisa desvendar o que esta acontecendo.

Mas dessa vez, ela não estará sozinha.

Mikael, não acredita que ela é a assassina dos amigos dele, e com uma lealdade feroz, ele se joga em uma investigação que o fará descobrir algo tão horrível, que sua fé na humanidade será balançada.

E não somente ele, outros homens e uma amiga de Lisbeth, são personagens marcantes neste romance de suspense eletrizante.

“Inocentes não existem. Em compensação, existem diferentes níveis de responsabilidades.”

Um delicioso quebra-cabeça é escrito de forma magistral por Larsson, onde vários fatos do passado e presente se unem para criar uma intricada seqüência de acontecimentos que tornam A Menina que Brincava com Fogo, um suspense noir, que o colocou definitivamente na minha lista pessoal de escritores de suspense que eu leria todos os livros.

Algo fascinante neste livro é que podemos ver um retrato muito amargo dos homens de forma geral, desde alguns personagens que estão na força tarefa da polícia e deveriam ser os mocinhos como os bandidos são uma representação do pior que os homens podem ser quando estão em posição de poder sobre as mulheres.

Fui pesquisar, e muito do que Larsson descreveu é a infeliz realidade da Suécia, que possui um histórico terrível de exploração sexual e violência contra as mulheres, e que batalha para que isso seja punido com rigor atualmente.

Mais um suspense com um tema muito forte, e apesar de certamente ter um grau muito menor de violência explicita do que o primeiro, ainda existe muita violência, principalmente verbal nesse livro.

“Lisbeth Salander não chora nunca.”

Porém um favorito que me prendeu do inicio ao fim, e termina de forma intensa, fazendo o leitor desejar imediatamente mergulhar no próximo livro.

O que eu fiz!

Até a próxima e volto em breve com a resenha de A Rainha do Castelo de Ar.

7 comentários

  1. Tenho um carinho especial por essa trilogia! Quando a consegui comprar há anos, foi complicado.rs(era caro pra carambolas o box,por isso tenho um orgulho deles que você não imagina)
    E sim, apesar de conter menos violência que o primeiro livro, este ainda é forte e o autor conseguiu com maestria colocar todo um cenário real dentro da história dos personagens.
    Acredito que aí esteja seu grande diferencial!!!
    São leituras grandiosas e super recomendo também!
    No aguardo do terceiro volume.rs
    Beijo

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  2. Oi Vivian,
    A construção de Lisbeth deve ser uma das mais complexas e completa que já vi na literatura (apesar de que só a conheço pelas adaptações). Uma personagem feminina dotada de tanta força nem sempre é escolhida para protagonizar histórias desse tipo e me lembro de ter lido que o autor se inspirou em uma mulher real para criar a personagem. Esse segundo livro vem para nos mostrar mais de Lisbeth e matar a curiosidade a respeito de seu passado, que pelo pouco que sei, é triste e bem pesado. A relação dela com Mikael é cheia de conflitos e enche ainda mais este enredo. O mistério, não preciso nem dizer o quanto me deixou intrigada e quanto mais leio sobre estes personagens mais tenho vontade de ler os livros.

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  3. Oi Vivian, como disse na primeira resenha do livro anterior a este... Estou super/mega empolgada para ler essa séria, principalmente, porque essa temática é algo que me chama muito atenção e me faz refletir sobre a vida como mulher e como sou tratada frente a sociedade de uma forma geral... Entender de fato, nosso lugar na sociedade e como ainda sofremos violências graves, mesmo depois de tanto avanço ideológico no mundo. Essa Lisbeth é mesmo muito forte, cara! Só de ouvir falar nela, já me aguça a curiosidade, o autor mostra como nós mulheres podemos estar em lugares na história que foram majoritarmente masculinos e executar as tarefas profissionais como maestria. Isso me deixa muito feliz e bem representada, quantas mulheres fortes como essa devem existir no mundo e não sabemos, por que a história do mundo é apenas contada por homens?
    Beijinhos

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  4. Vivian!
    Acredito que esse segundo livro é mais impactante do que o primeiro, porque com o passado de Lisbeth sendo colocado a prova e ela sendo incriminada por algo que não fez, deve ser ação do início ao final. E que bom que Mikael está de volta para ajudá-la.
    Esse lance da exploração sexual na Suécia é brabo, né?
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Oiii ❤ Depois de ler essa resenha, estou com mais vontade ainda de ler essa série.
    Achei legal que Lisbeth é muito mais do que deixa transparecer e o fato de ser uma personagem bem diferente das que já conheci.
    Estou curiosa para saber como as digitais dela estão na arma do crime mesmo ela tendo matado aquelas pessoas.
    Nossa, a personagem ajudou muito Mikael já que conseguiu as provas que ele precisava no livro anterior.
    Quero muito saber como os dois conseguirão provar que ela é inocente.
    É tão triste que a Suécia tenha um histórico de violência e exploração sexual de mulheres.
    Beijos ❤

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  6. Olá! ♡ Nossa, que premissa! Adorei, já quero ler para ontem! ♡
    De fato, parece um livro eletrizante, daqueles que só sossegamos quando encontramos todas as respostas às dúvidas que vão se formando em nossa cabeça conforme a leitura vai evoluindo. Estou precisando de uma leitura assim, que prenda a atenção, pois os livros que li ultimamente não conseguiram fisgar minha atenção por completo.
    Estou curiosa para saber mais sobre o passado de Lisbeth e os segredos que a mesma esconde.
    Achei importante os temas que o autor abordou, são temas bem fortes, mas que precisam ser trabalhados, já que infelizmente estão presentes no mundo em que vivemos.
    Muito obrigada pela indicação! ♡
    Beijos!

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  7. Olá! Se antes eu já estava curiosa em relação a Lisbeth, agora eu tenho é necessidade de conhecê-la o mais breve possível, essas histórias me deixaram bem curiosa e apesar de trazer tanta violência (esse até menos), o que me deixa um pouco apreensiva, espero que eu consiga passar pelas cenas sem maiores transtornos.

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