Lua no Céu de Cabul - Nadia Hashimi

10 de junho de 2021

Título: 
Lua no Céu de Cabul 
Autor: Nadia Hashimi
Páginas: 368
Ano: 2121
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção, Romance
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota: 
Sinopse: Em uma narrativa emocionante, que mostra de maneira vívida o drama dos refugiados na Europa, Nadia Hashimi cria uma história épica sobre uma família que enfrenta as adversidades sem nunca recuar, buscando um lugar onde possam reconstruir suas vidas.
“Com graça e sensibilidade, Nadia Hashimi joga luz sobre a angustiante odisseia e os numerosos perigos que os refugiados enfrentam na busca por um porto seguro.” – Booklist.
Casada com um engenheiro completamente apaixonado por ela, Fereiba leva uma vida feliz em seu mundo de classe média, no Afeganistão. Porém, tudo isso implode quando o país é imerso na guerra e o Talibã assume o poder.
Seu marido vira alvo do novo regime fundamentalista e é assassinado. Forçada a fugir de Cabul com os três filhos, Fereiba só tem uma esperança de sobreviver: atravessar a Europa até a casa da irmã, na Inglaterra.
Contando com documentos falsos e a bondade de estranhos que conhece pelo caminho, ela tem que fazer a perigosa passagem para o Irã sob o véu da escuridão. Exaustos, eles conseguem chegar à Grécia, mas, numa reviravolta apavorante, seu filho adolescente, Salim, some.

Será que Fereiba terá coragem de seguir viagem com a filha e o bebê e deixar o menino para trás, no mundo obscuro dos refugiados que vagam pelas ruas europeias?



Resenha:


“Quando as coisas parecerem terríveis, imagine-as puras. Tome o veneno, mas sinta a doçura.”


Lua no Céu de Cabul, é um lançamento da Editora Arqueiro, escrito pela autora Nadia Hashimi.

É o meu primeiro contato com a escrita da autora e me senti muito tocada em muitos pontos durante essa leitura.

Lua no Céu de Cabul, trás a emocionante história de vida de uma família mulçumana que vive em Cabul, e precisa partir de seu lar ancestral por causa da perseguição religiosa no Afeganistão. O livro foi escrito no inicio da crise dos refugiados Afegãos, que migraram para a Europa na esperança de sobrevivência. Atualmente, anos após esses anos iniciais relatados no livro, a crise está longe de terminar e o numero de pessoas sem pátria é avassalador.

Por isso, é uma trama muito triste, repleta de momentos de partir o coração, e mesmo que a autora não tenha relatado um decimo da violência e terror que os refugiados passam, ainda assim é um livro forte.

Mas também, é um livro sobre amor, família e lealdade.

“Ele me abraçou com a força e a delicadeza como eu imaginava que apenas minha mãe pudesse ter e sussurrou no meu ouvido que eu nunca deveria repetir aquelas palavras. Aprendi algo muito importante aquele dia. O amor cresce mais selvagem nos jardins das dificuldades.”

A primeira parte do livro é narrado por Fereiba, uma jovem que perdeu a mãe em seu parto e cresceu em uma casa, com uma madrasta que não lhe deu amor, um pai que vê na filha a amada que morreu, e que a sociedade afegã vê como amaldiçoada. Ela deseja muitas coisas em sua jovem vida, e a que mais me emocionou, é algo que em minha existência nunca foi uma dúvida. O acesso a educação. Fereiba é um personagem cativante, você se vê envolvida por sua vida, dores e sonhos. Vibra com ela, e sofre com ela. 

“– Você não é invisível. Posso fechar os olhos e ver seu rosto. Posso ficar sozinho e ouvir sua voz. Você pode ser tudo, menos invisível...”

Está primeira parte, é centrada nela e em seu drama pessoal, e nos prepara para a segunda parte onde ela divide o ponto de vista com seu filho e ambos narram a jornada partindo de Cabul, após uma tragédia pessoal recair sobre a família.

Nesse ponto, a trama ganha mais densidade e os horrores que eles vivem, é impossível não sentir a dor deles.


Acho importante que livros abordem temas tão importantes como os direitos a moradia, segurança e sobrevivência, que mostram a realidade tão cruel, que pode estar tão longe de nós, porém, como seres humanos, deveria ser algo que impacta a todos.

Gostei do livro como um todo. A primeira parte deste romance, foi bem cativante. Tive problemas com a segunda parte, pois em alguns pontos acaba tendo uma repetição de tragédias, e bom, é algo real, e não fácil de leitura. E não gostei do final, podia ter uma pagina a mais, e ter um encerramento diferente? Talvez, o final me desagrade, pelo fato que reflete a realidade. A crise dos refugiados não acabou, e está longe de acabar...

“... peça que eu escolha entre dois de meus filhos, e meu coração se parte em mil pedaços. Os filhos são tocados pelo céu... cada respiração, cada risada...”

Indico esse romance, para quem tem curiosidade sobre a cultura afegã e sobre a triste realidade dos refugiados. Preciso incluir avisos de gatilhos aqui: Trama com conteúdo sensível, existe momentos de violência e descrições de situações que detalham a guerra civil e a perseguição religiosa.

“Os rancores não morrem, só quem morre são as pessoas...”

A escrita da autora é bem fluida, e li muito rápido apesar do tema difícil.

Espero que gostem da indicação e até a próxima.



14 comentários

  1. Primeira resenha que leio sobre esse livro e eu preciso falar sobre as edições da Arqueiro. Amo a diagramação da Editora!!
    A cultura afegã é tão rica e sim, tão triste. Fiquei lendo e já imaginando todo o sofrimento, todo o drama que os refugiados enfrentam a cada novo dia.
    Com toda certeza do mundo, parece ser um livro quase que necessário e já vai pra listinha de mais desejados!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Olá
    Desde a primeira vez que vi esse livro eu já fiquei com vontade de ler .embora seja um tema difícil ainda mais por ser tratar de algo real , eu gosto de leituras assim .permite a gente de conhecer mais sobre uma situação em que a gente só vê na TV.
    Essa é a primeira resenha que leio desse livro é sem dúvida é um livro que desejo adquirir.
    Ótima indicação de leitura .
    Bjs

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  3. Mais um livro denso, que despedaça o coração, porém que ainda assim não descreve 10% da realidade.
    Com certeza vou querer ler e me emocionar

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  4. Mais um livro denso, que despedaça o coração, porém que ainda assim não descreve 10% da realidade.
    Com certeza vou querer ler e me emocionar

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  5. Histórias familiares têm o dom de nos tocar de uma forma que ficamos dias pensando no livro né? Esse romance parece muito bom, faz você questionar e se indignar em alguns momentos. Achei interessante que apesar de ser um tema mais pesado, você disse que a leitura é fluida, que legal!

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  6. Vivian!
    É inimaginável tanta degradaçaõ com os refugiados nos dias de hoje, dá um asco e uma tristeza tão grande por saber do grande sofrimento que passam...
    Deve ser um daqueles livros que nos desestabilizam emocionalmente.
    cheirinhos
    Rudy

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  7. Olá Vivian!
    Recentemente ouvi um podcast que relatava a situação dos refugiados e é muito triste ver que a situação se agrava a cada dia. Realmente é uma violação terrível dos direitos humanos. Imagino que a leitura deve ser difícil também pela diferença cultural entre nós e o Oriente Médio. Eu também torço por finais felizes mas nem sempre eles são factíveis, como você bem disse.
    Beijos

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  8. Olá! Mesmo sendo uma ficção a história traz muito da realidade de milhares de pessoas, fiquei bem impactada e imagino que a leitura não deve ser nem um pouco fácil, mas muito necessária e esse final hein já me deixou preocupada, afinal os números não são muito positivos para um desfecho feliz.

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  9. Já tinha visto esse livro acho que ele veio na caixinha do skoob e já estava com muita vontade de ler, adoro que a arqueiro está variando o seu catálogo com livros com temas importantes que nem esse. Sua resenha dar mais conhecimento de como é o livro. "Os rancores não morrem, só quem morre são as pessoas" frase muito verdadeira, esse tipo de livro facilmente tiraria lágrimas de mim.

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  10. Olá, Vivian

    Desde que li o livro da Malala, fico procurando mais livro que conte histórias das famílias afetadas pelo Talibã, e como guerras civis e grupos extremistas acabam impactando na vida de todo um país.
    Não conhecia esse, mas achei a história muito bom!
    Vou adicionar na minha lista sim

    Beijos

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  11. Oi,
    Aii tô louca para lê-lo.
    Apesar de triste, parece ser também encantador. Com personagens marcantes. Uma cultura difícil né. Mas com pessoas que sonham e buscam alcança-lo com toda sua força.
    Bjs

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  12. Oii
    Eu ainda não conhecia esse livro, e nem a autora. Mas fiquei com muita curiosidade de ler. Tenho vontade de conhecer mais da cultura, mas realmente parece ser um livro com bastante momento triste, e emocionante. Gostei bastante de conhecer o livro, e da resenha!

    Bjss ^^

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  13. Olá Vivian!
    Essa obra me lembrou um pouco de O Diário de Nisha, um obra que possui certa familiaridade com o enredo de Lua No Céu de Cabul. Mas pelo visto ambos os livros apresentam tramas viscerais e marcantes.
    Essa questão dos refugiados é sempre um tema que gera várias discussões, pois sabemos que se trata de uma realidade vivida por milhares de pessoas ao redor do mundo. Na obra, vemos que os desafios dessas pessoas exigem muita força e esperança e nos é deixada a mensagem de que todos tem direito ao mínimo e que negar isso a alguém é privar esse pessoa de humanidade.
    Beijos.

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  14. Ainda não tinha visto esse livro, parece bem denso e triste mas muito interessante
    Com certeza fiquei com vontade de ler e conhecer melhor a história!

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