Luz, câmera, ação!!! Mulher-Maravilha 1984

17 de janeiro de 2021

Diretor ou produtor:
 Patty Jenkins 
Ano: 2020
Gênero: Ação; Aventura; Fantasia 
Elenco: Gal Gadot; Chris Pine; Kristen Wiig; Pedro Pascal
Nota:   
Sinopse: Como arqueóloga, a Diana que trabalha no museu Smithsonian, é uma Mulher-Maravilha que tem super poderes extraordinários, podendo ser a heroína mais forte do mundo. Em 1984, a Mulher-Maravilha está em um desesperador perigo mortal na face de uma enorme conspiração do empresário Max, que canta alto para satisfazer os desejos das pessoas, e uma inimiga misteriosa, a Mulher-Leopardo (Kristen Wiig). A Mulher Maravilha pode impedir o colapso do mundo sozinha?


Resenha:

Uma abordagem interessante sobre questões sociais. 

Após passar por 298394839438 adiamentos devido à pandemia do coronavírus, o segundo filme da Mulher Maravilha finalmente chegou à telonas (e às telinhas, já que saiu no streaming também) em dezembro do ano passado, surpreendendo quem esperava um longa de super herói tradicional (ou nem tanto, visto que Patty Jenkins sempre enfatizou que queria trabalhar esse ícone dos quadrinhos de uma maneira diferente). Mas será que valeu toda a espera?


No filme, Diana precisa impedir que o mundo entre em colapso quando um artefato divino, capaz de realizar qualquer desejo, cai nas garras de Max Lord (Pedro Pascal) que pretende utilizar a pedra para seus objetivos escusos. 

Ao mesmo tempo, justamente pelas consequências do uso da pedra, a protagonista se depara com o retorno de seu amado Steve (Chris Pine) e a transformação de Minerva (Kristen Wiig), uma colega de trabalho que passa de arqueóloga introspectiva à Mulher-Leopardo.


O que rapidamente chama atenção do espectador no longa é a complexidade de Max Lord. O vilão (e nem sei se pode ser chamado de vilão) possui motivações humanas, e sua relação com o filho revela que o objetivo de Lord o tempo toda era dar tudo de melhor possível para a criança, sendo diferente de seu pai abusivo. 

Da mesma forma, é muito fácil criar empatia por Minerva, uma mulher inteligente e bem sucedida que não é valorizada por ninguém por não se "destacar". É interessante como Patty Jenkis utiliza essa personagem (que mais tarde se tornará a Mulher-Leopardo) para incutir reflexões sobre a valorização da mulher no mercado de trabalho (além de outros temas extremamente atuais, como assédio).


A direção do longa-metragem não falha em nos inserir na atmosfera cultural e comercial que tomou conta dos EUA na década de 1980, marcada por um consumismo desenfreado (consumismo esse que se conecta com a trama, pois o desejo de ter sempre mais das pessoas - dentro e fora do filme - sempre é responsável por trazer à tona nosso egoísmo). 

Quanto à protagonista, aqui temos uma Diana muito mais vulnerável e que nunca superou a morte de Steve (que naturalmente tinha morrido, já que a WW conheceu ele lá na primeira guerra mundial). À princípio, o retorno da paixão de sua vida faz com que Diana volte a sorrir de novo, porém a heroína vai se dando conta (com a própria ajuda de Steve - super sensato) de que seria impossível continuar com essa ilusão criada pela pedra mágica.


Como dá bastante espaço para o aprofundamento do plot de cada um desses personagens, o filme soa menos "super-heroinesco" se comparado ao Mulher Maravilha de 2017, além de contar com poucas alusões e conexões ao universo de super-heróis da DC. Ressalto, contudo, que as cenas de ação (em especial a perseguição no Cairo) são de muito bom gosto e bem executadas. 

Por outro lado, o embate que todos estavam aguardando entre as duas super mulheres não funciona muito bem, especialmente pelos efeitos de CG tenebrosos da armadura de Diana e do corpo felino da Mulher-Leopardo. Gente, orçamento não faltava para fazer algo um pouco mais elaborado, né? E nem me perguntem sobre as cenas da WW voando, tela verde total.


Ademais, após a derrota bem conveniente (e com escapismo fácil) dos antagonistas, o espectador simplesmente não sabe o que acontece com os mesmos. O final é bem acelerado, não permitindo que Gal Gadot entregue uma performance mais dramática que canalizasse todo o seu abalo emocional depois dos acontecimentos. 


É fato, contudo, que Mulher-Maravilha 1984 se consolida como um precursor das novas tendências que provavelmente serão seguidas no DCU, ao lado do brilhante Aves de Rapina. Fico feliz de saber que a terceira parte da jornada de Diana já está confirmadíssima pela Warner. E vamos combinar: a Gal é perfeita nesse papel. 

Até a próxima resenha! 

16 comentários

  1. Oiee
    Ainda estou para ver esse filme, por algum motivo estou sempre deixando para depois. Queria ir ao cinema, mas impossível sequer pensar em aglomerar. Já fico ansiosa e desisto. Se eu pudesse nem sair de casa sairia kkk

    Contudo, eu gostei muito do primeiro filme e estou interessada em saber dessa abordagem mais sentimental e dramática da vida de Diana! Super curiosa.

    Ps: sobre o Max Lord a ambiguidade dele parece estar sendo muito melhor trabalhada do que nas últimas adaptações dele! Gostei!

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    1. Vivs!
      Eu mesmo! Também estou evitando ao máximo sair de casa, porque a situação está muito complicada, não?
      Mas sobre o filme, concordo plenamente sobre o Max Lord. Fizeram um excelente trabalho para que a personalidade dele fosse complexa.
      Beijos.

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  2. Cinema aqui de Lost ficou fechado, abriu recentemente e fechou outra vez. Impossível e penso que esse filme merecia uma sala e pipoca carregada na manteiga rs
    Ainda não vi esse quase lançamento(e ri do tanto de anos da pandemia) mas brincadeiras à parte, foi um dos grandes filmes prejudicados sim, infelizmente.
    Eu amei muito o primeiro filme e confesso que estou com altas expectativas para esse segundo filme.
    Ao menos, quero ver muitos efeitos especiais!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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    1. Angela, obrigado pelo comentário!
      Ainda vai demorar um pouco para podermos ir ao cinema do jeito que era antes, mas ainda bem que o filme também saiu por streaming, logo a pipoca aqui em casa não faltou.
      O segundo é bem diferente do primeiro filme, mas igualmente bom.
      Beijos.

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  3. Interessante e importante a abordagem que a diretora deu a filme em relação as causas feministas.
    Vou procurar o filme para assistir, ou mrlhir os dois, visto que não assisti também

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    1. Chelle, obrigado pelo comentário!
      Pois é! Eu achei extremamente pertinente, as mulheres então, com certeza devem ter se identificado.
      Beijos.

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  4. Eu já vi o filme também rs, e apesar de nao ser fa da wonder woman, vejo muito mais pela atriz, acho que foi um filme que mostra um lado que ainda sim é da mulher maravilha. Vi muita gente falando que é fraco, mas qdo veem o filme da capita marvel falam que é forçado, vai entender...
    Acho que ele nao precisava ter sido tao longo, senti falta sim da mulher maravilha dando porrada rsrs como ela fez no do Batman vs Superman (melhor parte do filme é dela) mas foi um filme legal.

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  5. ola Alison
    Meu filho assistiu o filme ,eu vi algumas cenas ,mas quero assistir ele completo em um outro momento . não entendo muito desse universo de super herois ,gostei da atriz que interpreta a Diana.
    bjs

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  6. Vi 2020 e na minha cabeça ainda é o ano atual kkkkkk enfim, tenho que me acostumar.
    Nossa, não sabia que o Steve voltaria, fiquei chocada aqui e muito animada pra saber como isso aconteceu. O problema é que os filmes da DC não me agradam muito. Acho que falta emoção, akgo mais bem feito. Por isso que acabo adiando assistir esses filmes. Mas vou ver em algum momento, com certeza!

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  7. Adoro a mulher maravilha e estou precisando muito ver filmes bons!! Ainda não conferi esse, mas já estava na minha listinha. Uma pena terem ocorrido alguns deslizes, mas é normal, né? Ainda deve ser um ótimo filme.
    Beijos

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  8. Alyson!
    Menino! Não tive oportunidade ainda de assistir, mas mesmo com suas ressalvas, ando muito ansiosa, porque simplesmente amo a Mulher-maravilha e como já assisti todos os anteriores, tenho de assistir esse, mesmo que o lado mais heroína não seja tão mostrado.
    cheirinhos
    Rudy

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  9. Olá Alison!
    Gal é rainha mesmo, a perfeita mulher maravilha. Eu gostei do filme, apesar de ser bem diferente do que se espera de um filme de super heróis (a gente quer ver tiro, porrada e bomba hahaha), ainda assim vela muito a pena. Mostrar o lado sentimental de Max Lord foi pra mim um do pontos altos do longa, afinal nenhum vilão nasce vilão, não é mesmo? E a cena de Diana fazendo amizade com a Minerva pois percebeu que ela estava sendo excluída foi pra mim o auge da camaradagem feminina, nós mulheres precisamos nos unir e apoiar umas às outras e não o contrário.
    Beijos

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  10. Me vejo totalmente por fora dos filmes de super heróis, pois não tenho acompanhado, apenas lendo as resenhas, que já é algo, mas é bem distante de assisti. Apesar de estar por fora, gostei desse lançamento tão esperado, espero que seja sucesso como os outros.

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  11. Olá! Eita que estou empolgada com esse filme, afinal a WW é uma das minhas heroínas favoritas, por isso, vai ser maravilhosa acompanhar um pouco mais das suas aventuras, que pelo jeito, nesse filme, deram espaço para um pouco mais de reflexões hein.

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  12. Oi,
    Ai esse segundo parece tão bom e eletrizante quanto o primeiro.
    Parece ser mais emotivo também.
    Bom, tendo a Gal sei que vou gostar!
    Bjs

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  13. Oi Alison, tudo bem?
    Eu sou a única dos meus amigos que não viu o filme até hoje. Todos eles foram no cinema, mas eu preferi ficar em casa e esperar um pouco mais. Eu gosto muito da mulher maravilha e os filmes dela são incríveis.
    Beijos

    Quanto Mais Livros Melhor

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