Livroterapia News - Retrospectiva de Janeiro

31 de janeiro de 2021

 

Hey Hey Hey. 2021 começou e janeiro trouxe um monte de novidades literárias (além do debut super esperado das vacinas, eu amo). Delírios à parte, vamos ver as fofocas do mês?  


ANGIE THOMAS LANÇOU SEU AGUARDADO TERCEIRO ROMANCE NOS EUA 

Depois dos aclamados O Ódio Que Você Semeia e Na Hora da Virada, a autora dá continuidade aos seus livros enaltecedores da cultura negra com Concrete Rose. A trama gira em torno da vida movimentada de Maverick Carter, que precisa dar um jeito de trabalhar, terminar o colégio e cuidar de seu filho. Com essa capa IMPECÁVEL, o livro já tem previsão de lançamento aqui no Brasil (obrigado pelos mimos @Galera). 


ALGUÉM LEMBRAVA DELA? TERCEIRA TEMPORADA DE AMERICAN GODS ESTREIOU NO SIGILO, PORÉM ENTREGANDO QUALIDADE

Por isso que eu não gosto dessa séries grandiosas, a demora é tanta pra lançar uma nova temporada que a gente até esquece (e foi exatamente o que aconteceu aqui). Dando continuidade à adaptação do livro homônimo de Neil Gaiman, o terceiro ano da série deve abordar o tão esperado confronto entre os novos e velhos deuses. Os visuais continuam deslumbrantes como sempre, então eu devo acompanhar. 


SEGUINTE CONFIRMA LANÇAMENTO DE NOVO LIVRO DA CASEY MCQUISTON AINDA ESSE ANO

Minha experiência com Vermelho, Branco e Sangue Azul não foi das melhores, e pelo visto a autora vai seguir nessa onda com One Last Stop. O livro tem previsão de estreia para 21 de maio nos States, e parece abordar alguma coisa sobre viagem no tempo...


SUMA VAI LANÇAR NOVO LIVRO DE STEPHEN KING EM MARÇO. O BOLSO, COMO SEMPRE, ESTÁ CHORANDO

Como é bom começar o ano com notícias boas, e a editora Suma de Letras alegrou a booksfera ao confirmar a publicação de Depois para março. No romance policial, o garoto James vai passar por muitas aventuras devido ao seu dom peculiar de ver os mortos (prevejo vários easter eggs de O Iluminado aqui, amo). 


A BRILHANTE CONCLUSÃO DA TRILOGIA CRÔNICAS DA ESCOLHIDA - UMA HISTÓRIA ÉPICA SOBRE AMOR, GUERRA, FAMÍLIA E MAGIA.

Depois de um longo período de espera, o último livro da trilogia As Crônicas da Escolhida finalmente já tem data de lançamento no Brasil: 24 de fevereiro. A obra, que já está em pré-venda, promete um final de tirar o fôlego da trama que se iniciou lá em Ano Um. E claro que do jeito que a Denise ama a Nora a resenha vai chegar rapidinho pra vocês. 


SE EU AMEI? PRIMEIRO ROMANCE DE ÉPOCA COM PROTAGONISTAS NEGROS VAI SAIR PELA HARLEY QUINN 


Pra quem já não aguenta mais o clichês do gênero, e para quem os ama, porque não...Uma União Extraordinária está chegando fresquinho com uma história que promete abordar espiões afrodescendentes que trabalham como agentes secretos durante a Guerra Civil Americana. Parece promissor!


 INTRÍNSECA VAI LANÇAR NOVO LIVRO DE RICK RIORDAN FOCADO EM HERÓIS GREGOS 


Boa notícia para os semideuses! Percy Jackson's Greek Heroes chega em algum momento de 2021 e na obra vamos conhecer um pouco dos feitos de Belerofronte, Atalanta e Perseu com comentários irônicos do próprio Percy (sim, é só isso mesmo). 


BRIGDERTON ESTÁ OFICIALMENTE RENOVADA PARA A SEGUNDA TEMPORADA


O show conseguiu a atenção desejada e já está com o segundo ano garantido pela Netflix. Até quando vai durar, não sabemos, mas vamos torcer para que tenhamos toda a história da Julia Quinn nas telinhas!
Off 1: o criador da série disse que planeja oito temporadas, torcendo aqui!


A AGUARDADA SÉRIE SPIN-OFF DE O SENHOR DOS ANÉIS GANHA SINOPSE 


A produção, que é original Amazon Prime, possui um orçamento de mais de 1 bilhão de dólares e está prevista para estrear a qualquer momento entre 2021 e 2022 (a pandemia atrasou tudo, infelizmente). Acredito que vai ser uma série grandiosa e digna de ser comparada com GOT! Fico no aguardo, tomara que saia um trailer logo. 

"A vindoura série da Amazon Studios levará às telas, pela primeira vez, os lendários heróis da Segunda Era da Terra Média. O drama épico se passa milhares de anos antes dos eventos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, e levará os espectadores à uma era em que grandes poderes foram forjados, reinos ascenderam à glória e caíram em ruínas, improváveis heróis foram testados, a esperança esteve por um fio e o maior vilão que já saiu da caneta de Tolkien ameaçava cobrir todo o mundo em escuridão. Se iniciando em um tempo de relativa paz, a série segue uma série de personagens, tanto familiares quanto novos, enquanto eles confrontam um mal histórico que ressurgiu na Terra Média. Das profundezas das Montanhas Nebulosas, até as florestas majestosas da capital elfa de Lindon, e a magnífica ilha do reino de Númenor até o fim do mapa, estes reinos e personagens deixarão legados que permanecerão muito além de suas vidas." 


O JEITO É PARCELAR EM 48X! NOVO LIVRO DE JAY KRISSTOFF GANHA CAPA E DATA DE ESTREIA NOS EUA


A nova série de dark fantasy do autor, intitulada Empire Of The Vampire, chega às livrarias americanas no dia 7 de setembro. Com essa capa MARAVILHOSA, a obra com certeza vai chegar a preço de ouro no Brasil (está custando 160 reais no site da Amazon), mas fico feliz só de a Plataforma21 confirmar a publicação (vou encher o saco deles no Twitter rsrsrsrs). 


PRIMEIRAS IMAGENS DE SHADOW & BONE CHEGAM À INTERNET, ALÉM DE UNS PÔSTERES ALEATÓRIOS




A série do grisha tem estreia confirmadíssima para o dia 23 de abril na Netflix. Vocês viram como foram os efeitos especiais de Winx, né? Mas vou dar uma olhadinha antes de vir aqui dar a minha opinião sincera.

Será que perdi alguma coisa? Me contem nos comentários! 

O Hospício de Muskov - Vários Autores

Título:
 O Hospício de Muskov
Autor: Vários
Páginas: 264
Ano: 2017
Editora: Wish
Gênero: Terror
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Wish
Nota:     
Sinopse: Contos selecionados, organizados cronologicamente em memórias e relatos de médicos e pacientes. Você acredita na sanidade? Inaugurado em 1812 e destruído após a guerra, em 1945, o Hospício de Muskov foi palco de atrocidades, assassinatos, muito medo e sofrimento. Fundado por um psicólogo húngaro, o lugar era conhecido como centro de referência para tratamentos psiquiátricos. Em uma época de pouca tecnologia, buscava-se a cura através de métodos cruéis, utilizados sem restrição. Um diagnóstico precipitado era suficiente para levar uma pessoa saudável às portas da insanidade. Livre-se dos preconceitos e mergulhe nas profundezas da mente humana — um lugar onde muitas vozes se misturam, quebrando o tecido da realidade e tornando a verdade indistinguível. Psiquiatras, enfermeiros, enfermos - todos eles têm uma história sobre este lugar. Uma história que nos leva à decadência do Hospício de Muskov.


Resenha: Vamos falar d’O Hospício de Muskov, antologia da Editora Wish, que investe em livros com qualidade editorial e histórias peculiares? Esse não foi meu primeiro contato com os livros da Editora Wish, eu já tinha comprado a antologia Vilões, Os Cavaleiros do Inverno e apoiado no Catarse o terceiro dos contos de fadas, quando ele ainda não tinha virado livro único. Mas O Hospício de Muskov foi o primeiro livro que li deles.

E, como sempre, toda resenha sobre livros da editora Wish precisa ter duas partes: uma que fala sobre a história em si, e outra que fala sobre o objeto livro.

Mas vamos falar da história em si, primeiro. No caso, como é uma antologia, vamos falar das histórias.

Os contos se passam dentro de um hospício russo, inaugurado em 1812 e destruído após a guerra, em 1945. O primeiro deles, o conto que abre e dá espaço aos outros, é escrito por uma das organizadoras da antologia, Valquíria Vlad, e quem ama Anastasia vai se identificar muito com o Rasputin construído por ela. Eu, que consumo tudo relacionado a Rússia, que segue a história real ou não, me identifiquei muito com esse primeiro conto. Sim, eu peguei a referência.


O interessante desse livro é sentir que, mesmo que cada história tenha sido construída por um autor diferente, elas se entrelaçam, e você jura que o hospício tem cada sala, corredor, cheiro, tratamento, enfermeiro, médico e fantasma criados. E como isso ajuda! Você sente que está dentro do hospício, e isso é algo bom como leitor, mas agoniante como pessoa.

Infelizmente senti que alguns autores, com a proposta deliciosa que a editora fez ao abrir o edital, pecaram no excesso, misturando loucura, sexo, bizarrice, religião e até política, deixando alguns contos uma miscelânea cansativa e sem sentido. Felizmente foram bem poucos os que se encaixaram nesse deslize. Como toda antologia, há os contos que nos cativam e prendem mais, e há os contos que a gente simplesmente corre o olho e não se conecta muito. Alguns contos nos prendem dentro do hospício e nos fazem questionar nossa sanidade, outros fazem com que a gente queira entrar no prédio escuro e bizarro para resgatarmos os pacientes, e outros simplesmente passam batido. 

Outros contos me surpreenderam em demasia, um deles o da Anya Pires, que vendeu o livro para mim, o fascinante e sensível conto da Marina Avila, editora-chefe da Wish, capista e responsável pelo projeto editorial impecável desse livro, o do autor Stefano Sant’anna, e o do autor David Croft, que possui apenas seis páginas e, para mim, é um dos melhores da antologia.

Gostaram? Isso porque vocês ainda não abriram o livro.


A capa possui hot stamp (aquela papel lindo que deixa detalhes da arte da capa em dourado), o que faz o projeto editorial perfeito e faz com que a gente sinta vontade de ter o livro na estante apenas porque ele é lindo. A diagramação, também feita pela Marina Avila, possui imagens condizentes com cada conto e isso dá toda introdução ao que vem a seguir para o leitor. E claro, papel pólen, o famoso amarelinho feito para as melhores leituras.


Como adquirir?

Na época, eu procurei a editora no instagram, pedindo pelo amor de Deus que fizesse uma nova tiragem do livro e fui agraciada por uma mensagem da Anya, autora de um dos contos, que me vendeu um dos últimos exemplares dessa preciosidade. O livro ainda está esgotado, mas a Wish nos deu uma excelente notícia de uma nova tiragem em breve, então fiquem ligados no instagram e na lojinha da editora.

No mais, O Hospício de Muskov é leitura obrigatória para quem procura literatura nacional de qualidade. É bem interessante ver como a insanidade pode ser escrita e descrita de diversas formas, mas quem conseguiu captá-la com maestria não gastou muitas páginas para fazê-la. Afinal, a loucura, meus caros, está na simplicidade dos detalhes.

The Outsiders: Vidas Sem Rumo - S.E. Hinton

29 de janeiro de 2021

Título: 
The Outsiders: Vidas Sem Rumo
Autor: S.E. Hinton
Páginas: 240
Ano: 2020
Editora: Intrínseca 
Gênero: Ficção,  Romance,  Literatura Estrangeira,  Drama,  Clássicos 
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:    
Sinopse: Clássico que marcou a literatura jovem e inspirou o emblemático filme de Francis Ford Coppola ganha edição de luxo com conteúdo extra
Publicado pela primeira vez em 1967 e imortalizado em 1983 pelo filme de Francis Ford Coppola, The Outsiders: Vidas sem rumo é um clássico da literatura jovem que transformou o gênero ao tratar, com complexidade e sensibilidade, de uma juventude marginalizada em um cotidiano sombrio e violento.
Na pequena cidade de Tulsa, em Oklahoma, a rivalidade entre dois grupos cresce a cada dia. De um lado estão os Greasers, com suas jaquetas de couro, o cabelo com brilhantina, os canivetes em punho e o cotidiano marcado pela falta de perspectiva e pelas brigas em terrenos baldios. Já os Socs moram no lado rico da cidade, frequentam os melhores lugares e conseguem se safar das piores situações, inclusive quando decidem espancar os Greasers.
Caçula do grupo, Ponyboy Curtis tem apenas quatorze anos. Junto dos irmãos Darry e Sodapop e dos companheiros Greasers, ele tenta encontrar uma forma de escapar de uma vida sem futuro em um lugar onde tudo se resume a ser rico ou pobre. Apaixonado por cinema e por livros, Ponyboy encontra nessas histórias uma chance de conhecer outra realidade. Tudo parece sob controle, até que uma perseguição dos Socs tem um desfecho inesperado e perturbador. Nada será como antes, mas os Greasers são uma verdadeira família e farão de tudo para protegê-la.
The Outsiders: Vidas sem rumo é um retrato comovente de uma juventude que precisa encarar a solidão, a revolta e a violência em sua jornada de amadurecimento. Mais de cinco décadas após o lançamento do livro, a história ainda encanta jovens e adultos, mostrando-se atemporal. Com capa dura e pintura trilateral, além de tradução e projeto gráfico inéditos, a edição traz ainda prefácio da jornalista e crítica de cinema Ana Maria Bahiana, entrevista com a autora S.E. Hinton e uma seção dedicada aos bastidores do filme.




Resenha:

“Permaneça dourado Ponyboy...”

The Outsiders – Vidas Sem Rumo, é um clássico da literatura que marcou uma geração inteira. E para minha profunda alegria acaba de receber uma edição de luxo pela editora Intrínseca que além de fazer jus a obra e sua importância está belíssimo, inclui um conteúdo extra sobre o filme ícone dos anos 80, que foi dirigido por Francis Ford Coppola e tem em seu elenco os atores que se tornariam grandes astros de Hollywood com atuações que ate hoje me emocionam. (C. Thomas Howell, Ralph Macchio, Rob Lowe, Patrick Swayze, Emilio Esteves, Matt Dillon, Diane Lane e Tom Cruise.)

“O por do sol que a gente via era o mesmo...”

A paleta de cores dessa nova edição não poderia ser mais bonita, as cores vermelho, branco e preto, dão um grande impacto visual e o projeto gráfico está lindo, o corte livro é vermelho e para mim a cor levemente esfumaçando nas páginas da a impressão de tinta spray. O que não poderia ser mais interessante para o livro.
 



Eu li pela primeira vez esse livro no começo da adolescência, e apesar de que minha experiência de vida até aquele momento ter sido totalmente diferente da retratadas nos livros, eu me emocionei muito lendo o livro: sorri, chorei, vivi com os jovens Greasers, e pelo menos para mim, foi um dos primeiros contatos com a realidade violenta e difícil que muitas pessoas possuem na vida.

A trama escrita pela autora norte-americana Susan Eloise Hinton, foi seu livro de estreia, inspirado por uma experiência de vida pessoal enquanto ainda era aluna do colegial, e inconformada com os confrontos de duas gangues da escola dela. Publicado pela primeira vez em 1967, se tornou um marco na literatura juvenil, e é considerado mesmo após 50 anos, um livro que traz um importante relato da sociedade, e da voz as emoções e sentimentos dos jovens.

“A vida é dura para todo mundo.”

A história é narrada por Ponyboy Curtis, que aos quatorze anos é o mais novo de seu grupo, criado pelo irmão mais velho Darry, que assumiu os cuidados dele e do irmão do meio Sodapop após a morte dos pais. Ponyboy, é inteligente, fã de cinema e de livros, e usa suas paixões como escape de uma realidade onde não vê futuro para si, seus irmãos e amigos, já que tudo se define a ter ou não dinheiro, nascer do lado certo do rio, em boa família ou ser tratado como lixo por todos. 


No dia a dia de Ponyboy, ele e seus amigos estão inserido no grupo conhecidos como Greaser, enquanto os jovens ricos são conhecidos como Socs, e mesmo tendo um melhor amigo, e admirando sua família, ele se sente deslocado em seu grupo, ele deseja mais do que é reservado aos greasers, mas a dura realidade de sua vida o faz temer que ele acabe se tornando seu irmão mais velho, duro aos vinte anos e que não tem tempo para nada além de trabalhar para garantir a sobrevivência da família.


A vida de Ponyboy muda totalmente após um passeio com os amigos, em que uma garota socs, acaba se encantando por um greasers.

Dallas é perigoso e possui um magnetismo que atraia a atenção – das garotas e da policia também...

A gangue de mauricinhos ricos, está acostumada a se safar de qualquer coisa, que inclui infelizmente espancar os greasers sempre que querem, e não gostam de ver uma das garotas deles interessada em um lixo humano como eles pensam serem Dallas e os demais. Uma perseguição violenta tem inicio, com repercussões violentas e de quebrar corações. Enquanto prova que na hora de maior necessidade sua família e amigos estarão sempre prontos para sair em defesa um dos outros.
 

O livro é muito emocionante, com um ritmo de leitura fluida, apesar dos temas abordados serem muito reflexivos e ter uma dose de violência, é uma leitura que indico muito. Infelizmente mesmo após 50 anos, o livro entrega um tema ainda atual, com a violência e preconceito contra a população mais pobre acontecendo com frequência. Os jovens criados em periferias e bairros mais pobres crescendo sem uma boa perspectiva de vida e se sentindo deslocados no mundo. Além da violência externa, temas como relacionamento familiar abusivo, é descrito no livro também. Contudo, o livro, é uma força para criar uma compreensão dos temas, abrir portas para a semente da empatia e porque não, mostrar que existem sempre esperança que todos podemos permanecer dourados se não desistirmos de nossos sonhos e nossa integridade. Da importância dos laços familiares e da amizade quando tudo o que temos na vida é uns aos outros.

“Darry não merecia trabalhar igual um velho, sendo que só tem vinte anos. Ele era muito popular na época da escola; capitão do time de futebol americano e eleito aluno do ano. Só que a gente não tinha grana para pagar a universidade dele, nem com as bolsas de atletismo que ganhou...”

Os personagens acabam sendo emblemáticos e representam a juventude que luta contra a solidão, violência em diversas esferas e lutam para crescer e se tornarem adultos que ainda são capazes de sonhar.

É um livro com uma jornada de amadurecimento e eu sempre que possível vou indicar ele a todos.

Como eu disse a nova edição ainda trás os extras dos bastidores do filme. E eu confesso que senti meu coração apertar de saudade ao ver que tinha depoimentos de muitos dos atores principais, e que faltou o de Patrick Swayze, que viveu Darry Curtis, o irmão mais velho e muitas vezes mal interpretado pelo irmão caçula. Patrick que já faleceu é ate hoje um dos meus atores favoritos, e que foi protagonista do meu filme favorito da vida... (será que advinham qual é? E devo trazer resenha dele?)

Os depoimentos encontrados no livro são dos atores C. Thomas Howell (Ponyboy) Ralph Macchio (Johnny Cade), Rob Lowe (Sodapop Curtis), Emilio Estevez (Two-Bit), Matt Dillon (Dallas Winston) e do diretor Francis Ford Coppola. Que falam sobre a experiência única de terem realizado esse filme.



Além de, uma entrevista com a autora encerrando está edição, aliás, o livro tem um prefácio especial da autora em comemoração ao aniversario de cinquenta anos da obra. Simplesmente perfeito.

Um livro incrível e que acredito que irá agradar aos fãs do livro e do filme.

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais esse livro e até a próxima.

“Vocês não sentem nada, e a gente sente tudo de um jeito muito violento.”

Luz, Câmera, Ação!!! Soul

28 de janeiro de 2021

Diretores:
  Peter Docter, Kemp Powes
Ano: 2020
Gênero: Animação, Aventura
Elenco: Jamie Foxx, Tina Fey, Groham Nortor
Nota:  
Sinopse: O que é que torna... VOCÊ? Joe Gardner - um professor de música do ensino fundamental - tem a chance de tocar no melhor clube de jazz da cidade. Mas um pequeno passo em falso leva das ruas de Nova York para o Pré-Vida - um lugar fantástico onde novas almas obtêm suas personalidades, peculiaridades e interesses antes de irem para a Terra.

 

Resenha:

Joe Gardner desde pequeno sonhou em ser músico profissional, tendo em vista se dedicar completamente e viver de seu amor pelo jazz. No entanto não é essa sua realidade, ao invés disso seu trabalho é lecionar música para turmas de ensino fundamental. Quando finalmente aparece uma chance de ele alcançar seus objetivos e se apresentar como pianista em um lugar maravilhoso, ele sofre um gravíssimo acidente. 



É desta forma que sua alma é separada de seu corpo e Joe se encontra em um lugar completamente desconhecido, mas não demora muito para ele notar que está em um espaço entre a vida e a morte. Toda a situação se torna inaceitável para o aspirante a músico, desta forma ele parte em uma jornada buscando fazer de tudo para ter seu corpo de volta. No entanto, durante toda está aventura ele não estará sozinho. 



O professor conhece a Alma 22 no Seminário você, um ambiente no qual as almas se desenvolvem e desvendam suas personalidades antes de nascerem na Terra. Ela é uma das almas rebeldes que não querem ir para um corpo e faz de tudo para evitar isso, enlouquecendo todos os tutores que já tentaram a convencer do contrário. Ela tenta ajudar Joe, apenas para sair um pouco da rotina e monotonia, mas se surpreende com a grande loucura que é a vida na Terra. 


O filme chegou recentemente na Disney+ e já tá fazendo um sucesso pela profundidade de emoções despertadas, além da grande carga de reflexões exploradas. A cada cena o telespectador se pergunta de onde vem os sonhos, como surgem as paixões, de onde vem os interesses... Mas a principal questão que envolve toda a trama é: qual o propósito de cada um. 

É um filme que dá sim pra ver com as crianças, mas logo se torna visível que o público infantil não é o principal alvo. É sem dúvida um dos filmes mais adultos da Pixar, pois traz uma complexidade ainda maior do que se encontra em Divertidamente por exemplo. Todos os detalhes são uma verdadeira obra de artes feitos para admirar e acrescentar na vida de quem assiste, mais uma obra com zero defeitos!


Um Encontro de Sombras - Os Tons de Magia, 2 - V.E. Schwab

27 de janeiro de 2021

Título:
Um Encontro de Sombras
Autor: V.E. Schwab 
Páginas: 560
Ano: 2017
Editora: Record
Gênero: Fantasia
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:     
Sinopse: Kell e Lila estão de volta nesta sequência de Um tom mais escuro de magia Quatro meses se passaram desde que a pedra sombria caíra nas mãos de Kell. Quatro meses desde que seu caminho cruzara com o de Delilah Bard. Quatro meses desde que Rhy fora ferido, que os gêmeos Dane foram derrotados e que a pedra fora enviada com o corpo moribundo de Holland, pelo portal, de volta para a Londres Preta. Em diversos aspectos, as coisas quase voltaram ao normal, apesar de Rhy ficar mais tempo sóbrio e de Kell estar sempre assolado pela própria culpa. Inquieto e tendo desistido dos contrabandos, Kell é frequentemente visitado por sonhos sobre acontecimentos mágicos de mau agouro, acordando apenas para pensar em Lila, que desapareceu no píer como sempre desejara fazer. Conforme a Londres Vermelha finaliza as preparações para os Jogos Elementais (uma competição de magia internacional e extravagante com o intuito de entreter e manter saudáveis os laços entre os países vizinhos), certo navio pirata se aproxima, trazendo velhos amigos de volta ao porto da capital. Mas, enquanto a Londres Vermelha está absorta em bajulações e nas emoções dos Jogos, outra Londres está gradualmente voltando à vida, e aqueles que se pensava estarem perdidos para sempre retornaram. Afinal, uma sombra que se esvai no meio da noite reaparece pela manhã, e tudo indica que a Londres Preta se ergueu novamente. Sendo assim, para manter o equilíbrio da magia, outra Londres deve perecer.

Para ler a resenha anterior, clica na imagem abaixo:



Atenção: por ser uma resenha do segundo livro da trilogia, pode conter spoilers do livro anterior.


Resenha: 
Os mundos estão desequilibrados. Após transportar a pedra da Londres Preta para as outras Londres, Kell acha que seus problemas acabam assim que o artefato perde toda a magia que está contida em si, sendo inutilizado e o perigo neutralizado, mas isso está longe de acontecer. A segurança e o equilíbrio dos reinos e dos mundo são tênues e, após sua irresponsabilidade, Kell é punido pelo rei: ele agora não é um filho querido da corte (nunca foi, na verdade), e sim um Antari a serviço dos Maresh.

Vigiado por dois guardas a cada passo que dá na Londres Vermelha, Kell continua o seu trabalho como correspondente dos mundos, mas evita a Londres Branca — a cidade com certeza está em guerra para decidir quem será o novo rei. Ao chegar na Londres Cinza, se depara com uma mudança de coroa inevitável, mas infeliz: o novo rei adora a magia que corre nas veias de Kell, e faz perguntas desnecessárias ao Antari. Isso poderia passar despercebido, como sempre passou desde que Kell visita a Londres Cinza, se o rei não levantasse uma questão: até que ponto a Londres dele pode ser completamente ausente de magia?

Kell é visto como o protagonista e responsável da Noite Preta, afinal, como a magia ruim entrou de forma tão brusca na Londres Vermelha, se o único que consegue ter contato com as outras Londres é o Antari que serve o rei? Kell precisa lidar com a sua própria culpa, a pressão de ter vinculado seu corpo ao do irmão e com os olhares desviados, alguns de desprezo, outros de medo.

"O que estava acontecendo com eles? Nunca haviam sido cruéis um com o outro. Mas dor e prazer não eram as únicas coisas que pareciam ser transferidas com o vínculo. Medo, aborrecimento, raiva: todos arraigados ao feitiço de ligação, reverberando entre eles, amplificando-se. Rhy sempre fora frívolo, mas agora Kell sentia o temperamento volúvel do irmão, a constante oscilação, e isso era enlouquecedor. A distância não significava nada. Eles poderiam estar lado a lado ou em Londres distintas. Não havia escapatória. Cada vez mais, o elo se assemelhava a uma corrente."

Em mares desconhecidos, Delilah Bard finalmente está a bordo de um navio em busca de aventuras como sonhou desde que era garota. Mas sua atual situação não é assim tão confortável. Em uma versão perfeita do seu sonho, Lila é a capitã de um navio imponente e de aspecto caro, faz saques sem consequências e é reconhecida como uma pirata temida. Bom... A garota navega agora no Night Spire e tem como capitão Alucard Emery, um homem astucioso, mas que guarda segredos tão bem quanto Lila. Apesar de ser considerada parte da tripulação, alguns homens não acham que o lugar de Lila é ali, parte pelo seu gênero, mas alguns enxergam algo mais. Lila terá que aprender a conquistar o seu lugar com algo que ela nunca deu a ninguém: confiança. E precisará explicar porque o seu inglês — um idioma considerado nobre — é perfeito.

"Uma vez a bordo do Night Spire , Lila mal dissera uma palavra (Kell teria ficado impressionado). Ela passava cada instante tentando aprender arnesiano, construindo um vocabulário —, mas, apesar de estar absorvendo rápido, ainda era mais fácil apenas ouvir do que participar."

Navegar ao lado de Alucard Emery é uma experiência rica que Lila percebe adorar: o capitão desbrava os mares como um corsário com a proteção da realeza, a leva para lugares que ela nunca imaginou existir — até mesmo um mercado clandestino — e ensina Lila a controlar sua magia, que está crescendo a cada dia.

Mas seu capitão precisa voltar e pisar novamente, depois de tanto tempo, na Londres Vermelha. Convocado a participar d'Os Jogos Elementais (o Essen Tasch), que acontece de três em três anos na cidade do último vencedor e reúne os melhores magos dos reinos, Alucard figura entre eles, e tem negócios inacabados na cidade...

Isso surpreende Lila e a intriga, afinal, a garota é chamada pela magia. Com os pés novamente na Londres Vermelha, Lila vai rever amigos e procurar — sem realmente querer admitir — por uma pessoa muito especial que conheceu naquela cidade.

Do outro lado daquele torneio, temos um Kell com pesadelos quando dorme e tédio ao precisar estar nos compromissos reais, afinal, ele é um Antari, agora o único vivo no mundo, e representa o poder que a família Maresh tem. Rhy, por outro lado, se sente em casa nos bailes e nas cerimônias dos Jogos, mas não pensem que o príncipe está arquitetando tudo apenas para ver o pai feliz, ele tem um plano para Kell também, um presente, pois agora que compartilham um vínculo de alma, ele sabe o que o irmão quer: liberdade.

Será que esse plano dará certo e passará despercebido aos olhos dos outros sem consequências?


"Príncipe Rhy,

Eu desaprovo completamente e mantenho a esperança, por menor que seja, de que ambos recuperem o juízo. No caso de não o fazerem, providenciei os arranjos necessários; espero que eles não venham me
assombrar. Vamos discutir o custo de seus esforços esta tarde. Talvez os vapores clareiem suas ideias. Independentemente da sua decisão, espero que uma doação substancial seja feita ao Santuário de Londres quando isso acabar.

Seu servo, ancião e Aven Essen,
Tieren Serense"


Um Encontro de Sombras, o segundo livro da trilogia Os Tons de Magia, possui toda a sua narrativa centrada no torneio dos Jogos Elementais enquanto uma Londres parece acordar do coma em que estava. Confesso que de toda a trilogia, esse é meu livro preferido (estou terminando o terceiro e trarei a resenha para vocês aqui em breve!). Nele, V.E. Schwab consegue contextualizar mais o mundo que criou para seus personagens, além das Londres a qual fomos apresentados no livro um, podemos ver magos de Vesk e Faro.

Os Veskanos são descritos como altos como árvores e tem as montanhas do seu reino como fonte de poder e, por isso, acham que serem fortes faz com que se aproximem dessa magia.

"Os irmãos Taskon entraram flanqueados por uma dezena de acompanhantes. Eram impressionantes, vestidos com roupas largas em verde e prata e mantos elegantes adejando atrás deles. [...] Enquanto isso, um criado carregara um objeto grande, envolto em um pano verde pesado, até o estrado do trono, e o colocara no degrau. Afastando o pano com um gesto dramático, o criado revelou um pássaro dentro de uma gaiola. Não era um imitador multicolorido nem um pássaro canoro, ambos favoritos da corte arnesiana, mas algo mais... predatório . Era enorme e prateado, exceto por sua cabeça, que tinha uma pluma e um colarinho pretos. Seu bico parecia afiado."


Já os Faroenses, são arrogantes e poderosos, e não tem uma fonte de magia propriamente dita, acreditam que a magia está em toda parte e apenas por andar no mundo conseguem acessar aquela magia. E eles estão certos. Usam joias por todo o corpo de um modo único.


"Ao contrário dos veskanos, cuja comitiva os cercava, Sol-in-Ar entrou na frente, seus homens atrás dele em formação. Estavam todos vestidos em estilo faroense, que consistia em um único pedaço de tecido complexamente dobrado em volta do corpo, a extremidade da cauda jogada para trás sobre um dos ombros, como uma capa. [...] Como todos os faroenses de destaque, ele estava barbeado, possibilitando uma visão completa das contas colocadas em seu rosto. Porém, ao contrário da maioria, que preferia vidro ou pedras preciosas, a ornamentação de lorde Sol-in-Ar parecia ser de ouro branco, partículas em forma de diamante que tracejavam caminhos de suas têmporas até a garganta."

Para quem me conhece, sabe que eu levo o conceito de worldbuilding (construção imaginária de um mundo) muito a sério, e eu acho que V.E. Schwab deu um salto nesse livro, levando o potencial da trilogia acima do esperado. Ficamos fascinados com tudo o que acontece e o modo como ela narra o torneio é bem rico. Temos nossos magos preferidos, torcemos para que o torneio seja um sucesso e Rhy consiga um lugar de atenção na família Maresh e... Bom... Alguns participantes vão cativar vocês mais do que outros por serem velhos conhecidos.

Você quase esquece que nenhum livro de fantasia é escrito por acaso, Kell ainda terá que enfrentar os seus demônios, entender que ele é um objeto da realeza a ser exposto, símbolo de poder, e que é cobiçado por outros reinos e regentes. Além disso, ainda procurar a liberdade do jeito que será possível para ele.

"Kell acompanhou a troca com o canto dos olhos, sua atenção ainda presa pela princesa, cujo olhar permanecia atrelado ao dele, como se estivesse hipnotizada pelo seu olho preto. Ela parecia o tipo de garota que apontava para alguma coisa, ou mesmo para alguém, e dizia: Eu quero um daqueles. A ideia era quase divertida, até Kell se lembrar das palavras de Astrid: Eu seria sua dona, garoto de flores. Então o humor dele ficou gélido. Kell deu um leve passo para trás, recuando quase imperceptivelmente."

E Lila terá que entender que, para fazer magia, ela vai precisar confiar nas pessoas e em si mesma, e que cada feitiço tem um preço, o equilíbrio é delicado e a balança precisa ser pesada sempre, algo que ela nunca aprendeu por ser uma garota da Londres Cinza.

Mas Cora, Lila e Kell se reencontram? Essa pergunta eu vou deixar de responder e pedir para vocês lerem o livro, mas devo dizer que tudo o que acontece nessa trilogia é, com o perdão do trocadilho, mágico.

"Kell colocou o lenço de lado, fechou os olhos e esperou que o sono o dominasse. Quando isso aconteceu, ele sonhou com ela. De pé em sua varanda, incitando-o a sair e brincar. Sonhou que a mão dela se enroscava na dele, um pulso de poder os entrelaçando e unindo. Sonhou com os dois correndo por ruas desconhecidas, não aquelas de Londres que já haviam percorrido, mas curvas e desvios em lugares aonde ele nunca tinha ido e outros que ele poderia jamais conhecer. Mas lá estava ela, ao seu lado, puxando-o para a liberdade."

Um Encontro de Sombras é um bom livro para quem quer passar o tempo em lugares que apenas a mente de uma escritora de fantasia consegue visualizar e, pela graças dos Santos, colocar no papel para que possamos viajar junto.