Wild Cards - George R.R. Martin

16 de dezembro de 2019

Título: Wild Cards: O começo
Autor: George R.R. Martin
Páginas: 480
Ano: 2019
Editora: Suma
Gênero: Ficção científica
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:   
Sinopse:
"Wild Cards explora todas as qualidades dos quadrinhos clássicos e da ficção, e acrescenta uma dose de lógica e realismo. É incrível." – The Guardian

Um vírus alienígena atinge a Terra logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, dotando algumas pessoas de poderes incríveis ou deformidades abomináveis, e transformando para sempre o rumo da história.
Aqueles abençoados com superpoderes físicos ou mentais são chamados de ases, enquanto as pessoas afligidas com habilidades ou características bizarras são denominadas curingas. Alguns usam seus poderes a serviço da humanidade. Outros, para os próprios interesses.
Nesse novo mundo, a humanidade busca recuperar seu equilíbrio – e enquanto ases viram heróis nacionais e estrelas de cinema, os curingas são marginalizados e relegados à miséria. No entanto, nem todo ás usa seu poder para o bem, e no Bairro dos Curingas os ânimos estão esquentando – e uma revolta parece prestes a explodir.
Wild Cards: O começo é o primeiro livro da Tríade Original, e dá início à série Wild Cards editada por George R.R. Martin, o consagrado autor de A guerra dos tronos. Capítulo a capítulo, um time de grandes nomes da ficção fantástica apresenta personagens complexos e interessantes, e constrói a trama inesquecível de um mundo ao mesmo tempo tão parecido e tão diferente do nosso.
Este livro foi cedido pela Editora Suma, porém as opiniões são completamente sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora. 

Resenha:



“- Você quer saber se eu sou um as ou um coringa? A resposta é sim.”

Wild Cards, O Começo, é o primeiro volume da série de fantasia e ficção cientifica que já possui mais de vinte livros lançados, – acredito que são 22 já publicados – e é editado por George R.R Martin,  e escrito por diversos autores em conjunto com ele é lançamento da Suma das Letras é o que conhecemos como narrativa ou trama mosaico, uma mesma história contada por diversos autores. Um universo de escrita compartilhado.

Wild Cards, O Começo, pertence à tríade original e nos mostra o mundo e os personagens principais que irão, ou não, serem importantes nos demais livros da série. Por ser o primeiro livro, sua narrativa é bem complexa e importante, cada capitulo é escrito por um autor, e Martin escreve os capítulos de interlúdios, os de ligação da trama.

Esse estilo de escrita pode parecer um pouco confuso em primeiro momento, já que temos diferentes estilos de escrita, experiência e como não dizer talento, tudo misturado em um grande brainstorm – eu gostaria de lembrar o termo em português, minha professora da faculdade vai me matar por não lembrar... – onde os escritores compartilham o processo de inspiração, personagens, uns com os outros e seguem uma linha de pensamento em comum, guiado pelo editor do livro. Ao mesmo tempo, eu senti um resultado positivo o saldo desse processo e gostei muito do livro. Com uma única ressalva aqui, por se tratar de um livro de origem, ele conta o começo de tudo, e todos os contos, revisitam esse momento, sob o ponto de vista de cada autor e seu personagem principal. Por isso, pode ser um pouco cansativo rever os mesmos acontecimentos em diversas formas, contudo, eu particularmente não senti que isso incomodou, só deu um maior aprofundamento do que eu compreendi da trama, e me fez ficar ansiosa pelos próximos livros.

“- Nem sempre – retrucou Croyd. – Às vezes sou um coringa. Mudo sempre que durmo.”

O primeiro conto escrito por Howard Waldrop é o maravilhoso Trinta Minutos sobre a Broadway, e ele já pode nos dar uma pista do que podemos esperar dos demais contos. 

É um dos meus favoritos, junto com O Dorminhoco – personagem favorito – de Roger Zelany; Testemunha de Walter John Willians; Ritos de Degradação de Melinda Snodgrass, estes 04 contos foram os que considerei mais importantes do livro e que prenderam a minha atenção, mas outros contos são bem legais como Fios de Stephen Leigh.

“Quando acordou, estava repugnante e não tinha poderes especiais. Estava sem pelos, tinha um focinho e estava coberto de escamas cinza esverdeadas; os dedos eram alongados e tinham articulações extras, os olhos eram amarelos e estreitos; sentia dores nas coxas e na base da coluna se ficasse em pé muito tempo.”



O livro foi concebido e é editado por Martin e tem forte influência do tradicional RPG de mesa e tabuleiro, as histórias, pelo que pude pegar as informações começaram inclusive, em uma sessão de jogo dele com os amigos.

Sobre a trama em geral, o que posso dizer?

Logo após a segunda guerra mundial, uma nave alienígena chega a terra, nela um ser levemente exótico aterrissa e nos avisa que outra nave esta para chegar e com ela uma arma de poder incalculável e mortal está sendo carregada para ser testada em nosso mundo.

Muito se tenta fazer para evitar isso, o que obviamente não acontece.

O vírus Wild Cards então é lançado em Nova York e aos poucos se espalha pelo restante do mundo. 

Acontece que os expostos a essa toxina são colocados em uma mesa onde cada um recebe uma carta do destino. 90% deles morre na hora... 9% sofre uma mutação física, que pode ser uma anormalidade ou deformidade degradante que os incapacita. Eles são chamados de Coringas, pois cada um se transforma fisicamente de forma diferente. E por fim, os 1% restantes da população. Estes são considerados abençoados, um resultado perfeito da mutação e adquirem poderes variados como: super poderes físicos ou mentais. Eles são chamados de Ases.

(Sim... termos de cartas de baralhos)

Podemos então imaginar como é a trama geral, a humanidade agindo como sempre com quem é diferente da grande maioria. Existe primeiro um movimento querendo controlar os ases, segregar ou exterminar os coringas, para depois... 

“- Eles chamam de quarentena, não de discriminação. Dizem que não somos uma raça, não somos uma religião, somos doentes, então o correto é nos segregar, embora eles saibam muito bem que o Wild Cards não é contagioso. A nossa enfermidade é do corpo, a deles, uma doença da alma.”

Bom... Leiam para saber ainda mais dessa divertida e interessante historia escrita as muitas mãos.

Está não é a primeira edição do livro no Brasil, publicado pela Leya em meados de 2010, se não me falha a memória, ele foi relançado pela SUMA, com novo projeto gráfico e editorial, porém manteve a tradução da edição anterior.



A esperança que agora, em nova casa a série seja totalmente publicada no Brasil, já que é uma história muita rica e com personagens que cativam, porém, já adianto... Não se apeguem muito, nem todos os que vamos conhecer no primeiro livro voltam para os demais, e muitos outros vão surgindo para conquistar nossas atenções.

“- Gostei da sua mente – anunciou ela.
- Obrigado. Acredito pode dizer com alguma certeza que tenho uma mente extraordinária. De longe, a melhor que você provavelmente conhecerá. ”

Indicados para todos que gostam de RPG, fantasia, ficção cientifica e tramas muito bem escritas, com aventuras e personagens cativantes.

Venham ler e conhecer o mundo de Wild Card.

Até a próxima.

8 comentários

  1. Admito com muita vergonha que nunca li nada sobre esse universo tão complexo e gostoso sim, para quem curte o gênero!
    Eu sou uma negação com ficção científica, eu sou lerda, nunca entendo, fico moscando, então procuro evitar para não dar mais nós na minha cabeça vazia.
    Não jogo nada, nem paciência(deveria), por isso, não é algo que me chame a atenção. Mas convenhamos? Pelo que vi acima, a edição, está maravilhosa e belíssima!
    Por isso, acredito que para os fãs não somente de George, mas do gênero num todo, é um super presente!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Vivian!
    Vindo do Martin, só poderia ser coisa boa.
    O que achei mais legal foi a correlação com as cartas do baralho, bem ligado ao tema da série e ainda mais o fato dele usar a ficção para fazer um correlato com a realidade, porque afinal, privilegiar uma 'facção' e despretigiar outra menos favorecida, é bem típica da nossa sociedade, concorda?
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Olá! Essa saga parece ser muito interessante, mas confesso que achei a proposta dela um tanto quanto confusa, senhorrrrr, tantos autores com características únicas não poderiam deixar a leitura para lá de maluca?!

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  4. Olá!
    Já li muitos sobre os livros do autor e tenho um certo interesse em ler as obras deles. Não sou muito boa com contos mais os que li gostei bastante. Acho que não seria diferente desse, tem uma ótima premissa e espero conseguir ler em algum momento né.

    blog:
    Tempos Literários

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  5. Sempre tive curiosidade em ler algo George R.R. Martin, mas sempre fiquei com receio da linguagem ser complexa demais e eu não consegui chegar ao final. Mas gostei da capa desse livro, so não sei se consigo ler 480 páginas de ficção científica, mas não custa nada tentar.

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  6. Olá! ♡ Esse livro não faz muito meu estilo de leitura, mas a premissa dele chamou bastante minha atenção. Se tiver a oportunidade com certeza farei essa leitura ♡
    Achei muito interessante que cada capítulo é narrado por um autor, nunca li nada assim.
    Estou curiosa para saber mais sobre o tal vírus e os Coringas.
    Beijos! ♡

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  7. Confesso que não me adaptei muito a escrita do George R.R Martin, adoro a série Game of thrones, mas quando peguei os livros para ler não consegui sair nem da metade do primeiro livro.
    Mas apesar do livro ser escrito por vários autores e não somente por ele não sei se seria uma leitura que faria, já que não gosto muito de ficção científica.

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  8. Nunca tive interesse em Oeiras a série do George r.r. Martin porque eu ainda tenho um pequeno trauma por ele não ter lançado as continuações de Game of Thrones e ter lançado outras séries no lugar e não dando um final parece as outras séries mas tem que conversar que é esse trabalho da HQ de wild cards tá lindíssima

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