Cordialmente Cruel - Maureen Johnson

24 de setembro de 2019

Título: Cordialmente Cruel
Autor: Maureen Johnson
Páginas: 320
Ano: 2019
Editora: HarperCollins
Gênero: Fantasia, Ficção, Jovem adulto, Literatura Estrangeira
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:  
Sinopse: O Instituto Ellingham é um famoso colégio privado em Vermont. Fundado por Albert Ellingham, um magnata do início do século XX, é um local maravilhoso, repleto de charadas, caminhos mirabolantes e jardins. “Um lugar”, nas palavras de seu criador, “onde aprender é um jogo.” Porém, em 1936, logo após a abertura da escola, a esposa e a filha de Ellingham são sequestradas.
A única pista digna de ser seguida é uma debochada carta listando métodos para cometer um assassinato, assinada com o pseudônimo “Cordialmente, Cruel”. A polícia não consegue resolver o crime, que se torna um dos grandes enigmas da história dos Estados Unidos. Algo como aquilo jamais poderia acontecer novamente, é claro.
Anos depois, Stevie Bell, aluna e detetive amadora, está pronta para começar seu primeiro ano no Instituto Ellingham, e tem um plano ambicioso: solucionar esse antigo caso. Isto é, depois de lidar com sua exigente vida escolar, seus deveres de casa e seus excêntricos colegas de classe.

Mas algo estranho acontece. Cordialmente Cruel faz um retorno surpresa e a morte revisita a escola. O passado ressurge das cinzas. Alguém que se safou de um assassinato ainda está vivo. Será que Stevie e seus amigos vão conseguir desvendar a identidade do dono da assinatura?
Primeiro livro de uma trilogia, Cordialmente Cruel mostra todo o talento e o amor que a escritora Maureen Johnson tem pela literatura policial, mas sem esquecer do seu público fiel, o que torna este livro uma obra rara, que mistura dois gêneros de maneira inesquecível.



Resenha:

“O que serve dos dois lados, se você desejar se esconder, pois pode protegê-lo do seu inimigo ou mostrá-lo aonde ir?”

Cordialmente Cruel, é um livro de mistério da escritora norte-americana Maureen Johnson, publicado no Brasil pela editora Harper Collins, é o primeiro de uma série do mesmo nome.

Por ser um livro de suspense, esta resenha está totalmente livre de spoilers, nem vou dividir minhas teorias mirabolantes com vocês, podem ler sem medo.

Aliás, é um detalhe que não foi bem divulgado na sinopse, eu, por exemplo, não tinha pista alguma de que ele era o primeiro de uma série ou trilogia, ainda não ficou claro ao terminar a leitura. Mas explicou o ritmo da obra.

Em Cordialmente Cruel, temos a história do seqüestro e assassinato em um colégio particular para gênios no meio das montanhas, o colégio era o sonho de seu fundador, o bilionário Albert Ellinghan, que elaborou em um lugar idílico um internato onde alunos geniais poderiam desenvolver seus talentos com a ajuda de grandes mestres e tudo de graça.

“Escolas podem ser famosas por vários motivos: acadêmicos, graduados, times esportivos. Mas não deveriam ser famosas por assassinatos”

Porém, acabou se tornando o palco da tragédia de sua vida, quando sua esposa, filha e uma aluna sumiram. O misterioso suspeito assina sua primeira ameaça como Cordialmente Cruel, e deixa para Albert uma misteriosa charada, como única pista.

“Olhe! Uma charada!

Hora de brincar! Uma corda ou uma arma, qual devemos usar? Facas são afiadas e tem um brilho tão lindo Veneno é lento, o que é um castigo Fogo é festivo, afogamento demora Enforcamento é um jeito nodoso de ir embora Uma cabeça quebrada, uma queda grave Um carro colidindo contra uma trave Bombas fazem um barulho bem animado Tantas formas de punir meninos malcriados! Qual devemos usar? Não conseguimos decidir. Assim como você não pode correr ou fugir. Haha. Cordialmente Cruel”

A trama se desenrola em duas linhas temporais, enquanto acompanhamos os acontecimentos no passado em 1936, os mistérios e relacionamentos suspeitos de todos na ocasião da tragédia, temos na outra linha narrativa no presente, a chegada de uma nova aluna no presente no Instituto Ellingham, Stevie é uma garota simplesmente obcecada com assassinatos, crimes no geral, ela sempre sonhou em encontrar um corpo e desvendar um crime, sua aspiração de carreira é se unir ao FBI, e se inscreveu no instituto unicamente para estar no local do crime e provar que sua teoria sobre ele estava correta – que o suspeito preso e condenado pelos crimes, na verdade era inocente. – e apesar desse interesse mórbido ninguém lá parece se importar com seu interesse nisso.

Stevie, logo se une aos seus colegas de casa, lá no instituto vários alunos com diversos talentos estudam junto. Criando arte, tecnologias e etc. e rapidamente cria amizades com alguns alunos do seu dormitório.

“Seis subiram a montanha, então restaram cinco...”

Então em meio a sua investigação do Caso Ellingham, Stevie se vê no meio de um novo crime, porém, sua mente começa a trabalhar para unir as evidências que existem de ambos, será que Stevie está se deixando levar por sua obsessão?

O que este novo corpo, pode ter ligando a um crime de tantos anos no passado?



E será que ela está se mantendo equilibrada para ter um olhar frio e impessoal sobre os crimes? Ou os hormônios estão a fazendo passar mais tempo pensando em certo aluno que ganhou sua atenção?

Cordialmente cruel, é um suspense leve, em alguns momentos principalmente na primeira metade do livro acabei ficando um pouco frustrada com as duas narrativas temporais, porque eu estava muito mais interessada nos eventos dos crimes do passado do que a narrativa de Stevie e seu dia a dia, então quando o ponto de vista mudava, eu pensava: - quem quer ficar sabendo sobre as tensões românticas e insegurança de Stevie e dos alunos ao seu redor?

Não estava muito ligada a parte do presente da história, o que mudou quando finalmente começou a ter algumas informações interessantes.

Os amigos de Stevie na Minerva – casa onde residem ela, Janelle, Ellie, Nate, Hayes e David – aliás, uma pequena dica, fiquem atentos aos sobrenomes deles – são bem interessantes, e suas personalidades bem distintas uma das outras.

Como todo bom livro de mistério, em muitos momentos somos deixados com diversas pistas, informações jogadas ao acaso que em um quadro maior, descobrimos que tem muitos outros significados nas entrelinhas, o que gostei bastante.

Enquanto eu lia, eu acreditava ser um livro único, o que estava me deixando um pouco receosa da qualidade dele, o ritmo é um pouco devagar, com pausas para dilemas típicos de adolescentes, e poucas explicações ou pistas reais, eu estava pensando ao chegar perto do final que não poderia ter um bom encerramento dessa história nesse livro, então ficou claro que não era um volume único, – editoras divulguem isso melhor, nem todos gostam de começar a ler algo sem previsão de final – e que todo esse ritmo era apenas o estilo de escrita da autora, nos dando um inicio de algo mais profundo e bem desenvolvido nos demais livros.

No final, temos uma reviravolta, e eu pelo menos fiz uma nova teoria bem diferente da minha inicial.

Só me resta agora esperar os próximos livros e descobrir quem é o cordialmente cruel, tanto o primeiro de muitos anos atrás como o atual... Isso é claro, se realmente os crimes estão coligados.

A edição é muito linda, com detalhes na capa, folhas amarelas e uma diagramação bonita, com detalhes de ilustrações em cada inicio dos capítulos, mapa do instituto e outros pequenos detalhes que gostei bastante. A edição é da Harper Collins.

Indico para quem gosta de um suspense leve, detetives adolescentes e que curtam séries de livros.

Beijos e até a próxima

10 comentários

  1. Ando apreciando demais o trabalho que a Harper tem feito com seus lançamentos. A Editora vem caprichando em títulos e capas.
    Ainda não tinha visto ou lido nada a respeito desta obra, mas pode até parecer loucura, quando estava lendo a resenha, me vi lendo algum dos muitos livros da Ágatha e isso foi maravilhoso. Amo um bom suspense e por ser apenas o primeiro livro de uma série, parece que começou até que bem, mesmo com essa parte de ser um pouquinho cansativo.
    Se tiver oportunidade, irei conferir com certeza!!!
    Beijo

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    1. Oi Ângela
      No geral eum gostei muito do livro e me senti como você. A autora tem influência da rainha Ágata sim!
      Eu acho que se desde o início eu soubesse ser uma série. O livro ficaria melhor.
      Quando sabemos o que esperar a narrativa mais lenta não incomoda em nada.
      Estou a espera dos próximos.
      E sim a Harper está com lançamentos lindos!
      Beijos.

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  2. Oi Vivian,
    Nossa, quando vi a capa desse livro eu estava apostando em uma história totalmente diferente, mas a surpresa por ser algo diferente até que se revelou positiva e me vi muito interessada na premissa. Já notei que tem sido bem usual dou autores trabalharem com narrativas que intercalam passado e presente para livros de suspense, o que acho ótimo, mas experimentar isso em livro com protagonista jovem com preocupações de um adolescente normal seria algo diferente para mim. Como sou aficionada por um mistério, acho que no inicio da leitura eu poderia ter a mesma reação que você onde as partes do presente acabam não sendo tão interessantes. Mas já que não se trata de um livro único acho que está explicado a escolha de narrativa da autora, onde a história é contada de forma lenta e trazendo outros temas do cotidiano da protagonista como foco em alguns momentos. Agora é esperar para ver o que as continuações reservam e se o ritmo esperado para uma história de suspense se fará mais presente.

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    1. Oi Gislaine
      Sim. É um estilo de narrativa que anda fazendo sucesso.
      Acho mesmo que se eu já soubesse que era uma série teria gostado ainda mais.
      Estou curiosa para ler mais dessa história
      Beijos

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  3. Oi Vivian, fiquei muito interessada, ainda mais depois de ler sua resenha, ficaram algumas dúvidas aqui..
    Enfim, adoro livros assim, e ele já estava na minha lista de desejados ;)

    Beijos Mila

    Daily of Books Mila

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    1. Oi Camila
      Ficam muitas perguntas no ar! E espero que possa ler em breve ele.
      Beijos

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  4. Vivian!
    Acho bem legal essa nova onda de livros com adolescentes, porque sempre trazem aventuras e aqui, pelo jeito tem um mistério que envolve o passado.
    Gosto demais quando há duas linhas de tempo, porque fica mais fácil de acompanhar o suspense e enredo do livro e imaginar quem está envolvido em toda a trama.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Oi Rudy
      Eu normalmente gosto também de narrativa com duas linhas temporais em suspense.
      Nesse apenas uma me agradou mais que a outra.
      Mas vale a pena ler.

      Beijos

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  5. Olá! Eita que o título diz muito em relação a história, já me fisgou por aí! Eu estou me aventurando com o gênero, por isso, estou sempre anotando as dicas (risos). E concordo com você em relação a essas histórias que aparentemente são únicas e "pá" ao final do livro somos surpreendidas (por vezes negativamente, por vezes positivamente). O melhor mesmo é sempre saber qual fundo são as águas em que vamos navegar (vulgo, a filósofa).

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    1. Adorei a sua filosofia!
      Mas foi isso mesmo. Olha em casos de suspense já saber que é mais de um livro nos faz ler com outros olhos!

      Porém, o livro no geral é bom e vale muito a pena ler.

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