Um Corpo na Biblioteca - Agatha Christie

19 de maio de 2017

Título: Um Corpo na Biblioteca
Autor: Agatha Christie
Páginas: 218
Ano: 1942
Editora: L&PM POCKET
Gênero: Romance Policial
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Submarino
Nota:                    
Sinopse: Não era sonho. Na verdade, mais parecia um pesadelo: o corpo de uma bela e desconhecida jovem jazia na biblioteca da família Bantry. Com o caos instaurado em sua casa, Dolly Bantry só conseguia pensar em uma pessoa para lhe ajudar: Miss Marple. Conhecida por desvendar os mais curiosos acontecimentos na pacata St. Mary Mead, a adorável velhinha percebe desde o início que há alguma coisa errada naquela biblioteca.


Resenha:

Os assassinos são muito meticulosos. Planejam todos os detalhes, pensam em todas as variáveis do plano e agem da maneira mais cautelosa possível (quando querem). Mas parece que nunca é o suficiente. Os detetives vivem descobrindo brechas das mais descaradas e na maioria das vezes o criminoso se trai com uma simples palavra, um desinteresse exagerado ou um sorriso sarcástico de vitória.

Agatha Christie (assim como Sir Arthur), sabe muito bem como colocar todos estes detalhes denunciantes de forma discreta para nós, leitores, nunca desconfiarmos da pessoa certa. Ela faz com que pequenas coisas pareçam apenas pequenas, quando na verdade são as que fazem com que a mente criminosa seja desmascarada.

Um corpo na biblioteca de um antigo coronel causa um reboliço tremendo no vilarejo e põe a cabeça engenhosa de uma adorável velhinha para funcionar. Duas adolescentes que nem se conheciam são brutalmente assassinadas pela mesma pessoa, envolvendo uma enorme quantia de dinheiro. A cada página do livro descobrimos um motivo diferente para um novo assassino e as pistas parecem se misturar, mas não interligar.

A cabecinha pensante de Miss Marple, porém, percebe tudo, todas as lascas de unha, as lantejoulas no tapete e descobre o grande x da questão, nos mostrando como era óbvio e como não tivemos a capacidade de descobrir antes. Ela também mostra como o plano era “perfeito”, mas na prática foi colocado abaixo pelo determinante de qualquer coisa, que ela tem tanto domínio sobre. Aquilo tão conhecido como a maior variável de todas, da qual não temos controle ou saída: a natureza da mente humana. Acabamos o livro pensando em como essa natureza é tão determinante de nossas ações e mesmo assim, tão única e pessoal. Ela não pode ser definida, conceituada e muito menos generalizada, ela só pode ser vivida e no máximo queimar alguns neurônios nossos por tentar entendê-la.

De leitura dinâmica, mas rica em detalhes, o livro te envolve do começo ao fim e tudo o que você quer fazer à medida que as páginas vão correndo é se sentar para tomar uma xícara de chá com a velhinha mais doce e inteligente da Inglaterra. É uma ótima narrativa para quem gosta de literatura policial, mas sem o suspense arrepiante ou as cenas de crueldade e frieza que encontramos em várias histórias (que também são muito boas, diga-se de passagem).

Um comentário

  1. Agatha sempre arrasa. Ainda não tivesse oportunidade de ler, mas com certeza na minha lista interminável.
    Ótima resenha.

    Beijo

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