Precisamos Falar Sobre o Kevin - Lionel Shriver

15 de abril de 2017

Autor: Lionel Shriver
Páginas: 464
Ano: 2012
Editora: Intrínseca
Gênero: Drama
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:               
Sinopse: Em Precisamos falar sobre o Kevin, Lionel Shriver realiza uma espécie de genealogia do assassino ao criar na ficção uma chacina similar a tantas provocadas por jovens em escolas americanas. Aos 15 anos, o personagem Kevin mata 11 pessoas, entre colegas no colégio e familiares. Enquanto ele cumpre pena, a mãe Eva amarga a monstruosidade do filho. Entre culpa e solidão, ela apenas sobrevive. A vida normal se esvai no escândalo, no pagamento dos advogados, nos olhares sociais tortos.

Transposto o primeiro estágio da perplexidade, um ano e oito meses depois, ela dá início a uma correspondência com o marido, único interlocutor capaz de entender a tragédia, apesar de ausente. Cada carta é uma ode e uma desconstrução do amor. Não sobra uma só emoção inaudita no relato da mulher de ascendência armênia, até então uma bem-sucedida autora de guias de viagem.

Cada interstício do histórico familiar é flagrado: o casal se apaixona; ele quer filhos, ela não. Kevin é um menino entediado e cruel empenhado em aterrorizar babás e vizinhos. Até que nasce uma linda garotinha, muito amada. Mas as relações familiares já se encontram viciadas.


Resenha: 
"Só porque se acostuma com uma coisa, não quer dizer que goste". 
Vamos falar sobre Kevin?

A história de Kevin poderia ser confundida como uma história real de um dos muitos massacres
que ocorrem em escolas pelo mundo afora, principalmente nos Estados Unidos. Mas a autora nos brinda como uma narrativa melancólica de uma mãe, que sozinha, tenta exorcizar sua "culpa" pelo que seu filho fez. Intercalando sua narrativa em forma de cartas para um pai ausente, e sua rotina atual, ser desprezada por todos da cidade e visitar seu filho na prisão.
"Mas quando o coelho foi atropelado? Chorou durante uma semana. Eles sabem ver a diferença.
Nós estamos criando nosso filho para saber o que é certo e o que é errado. Talvez pareça injusto, mas a gente no fim tem que se perguntar sobre os pais."
Eva era uma guia turística cheia de energia, alegre e extrovertida, que se apaixona e consequentemente casa. O casamento por si só já a fazia realizada, ela não queria filhos. Achava uma responsabilidade que ela sentia-se incapaz de cumprir. Mas então, nasce Kevin.

Desde bebê notamos sua impaciência, seu tédio por assim dizer...Ele escraviza e enlouquece sua mãe, fazendo jogos psicológicos a nível de mestre.

Ela começa a se questionar se Kevin é assim por causa dela, da falta de empatia e amor por sua parte. Sente- se péssima mãe... até que nasce o segundo filho: uma menina muito meiga e amada. E ela percebe que talvez o problema não seja realmente com ela... 
"Pelo que vejo, o mundo está dividido entre os que veem e os que são vistos, e há cada vez mais plateia e cada vez menos o que ver."
Mesmo após o nascimento de sua segunda filha, as relações já estão num nível intransponível para eles. Kevin com o passar do tempo se torna mais egoísta e despótico e a única que percebe é sua mãe, seu pai é cego à essas coisas dizendo ser "normal".

Mesmo com toda a percepção de Eva, o inevitável acontece. E agora ela terá que conviver com os olhares tortos e o ostracismo social do qual sofre.
"A senhora sabe para onde vai quando morrer?
Sim, na verdade eu sei.Eu vou direto para o inferno"
Você já devem terem percebido que gosto de leituras com temas polêmicos, mas Precisamos Falar Sobre o Kevin, foi uma das leituras mais difíceis que já fiz. Aquele nó na garganta, aquele sentimento de impotência, e a forma como ela se martiriza e aceita tudo...Também vi o filme e ambos são muito bons e indico, mas não tenho nenhuma intenção de vê-lo (filme) ou ler o livro novamente.

Nenhum comentário

Postar um comentário