A Cidade de Bronze - S. A. Chakraborty

20 de dezembro de 2019

Título: A Cidade de Bronze
Autor: S. A. Chakraborty
Páginas: 608
Ano: 2018
Editora: Morro Branco
Gênero: Fantasia, Ficção, Jovem adulto, Literatura Estrangeira 
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:   
Sinopse: Cuidado com o que você deseja. Nahri nunca acreditou em magia. Golpista de talento inigualável, sabe que a leitura de mãos, zars e curas são apenas truques, habilidades aprendidas para entreter nobres Otomanos e sobreviver nas ruas do Cairo. 
Mas quando acidentalmente convoca Dara, um poderoso guerreiro djinn, durante um de seus esquemas, precisa lidar com um mundo mágico que acreditava existir apenas em histórias: para além das areias quentes e rios repletos de criaturas de fogo e água, de ruínas de uma magnífica civilização e de montanhas onde os falcões não são o que parecem, esconde-se a lendária Cidade de Bronze, à qual Nahri está misteriosamente ligada. 
Atrás de seus muros imponentes e dos seis portões das tribos djinns, fervilham ressentimentos antigos. E quando Nahri decide adentrar este mundo, sua chegada ameaça recomeçar uma antiga guerra. 
Ignorando advertências sobre pessoas traiçoeiras que a cercam, Nahri embarca em uma amizade hesitante com Alizayd, um príncipe idealista que sonha em revolucionar o regime corrupto de seu pai. Cedo demais, ela aprende que o verdadeiro poder é feroz e brutal, que nem a magia poderá protegê-la da perigosa teia de intrigas da corte e que mesmo os esquemas mais inteligentes podem ter conseqüências mortais.


Resenha:

Por onde eu começo nessa resenha... Eu amo fantasias, esse é provavelmente o meu estilo de literatura favorito, então posso dizer que eu estava com altas expectativas desse livro, pessoas que eu adoro me indicaram a leitura muitas e muitas vezes, gerando um grande desejo de ler e até uma ansiedade, porque desde que eu ganhei esse livro, eu fui atingida pela maldição djinn: toque nesse livro e algo acontecerá para você não o ler...

Sério... Comecei mil vezes, e nunca pude ficar mais de dez minutos o lendo... Então eu precisei, desligar o celular, a companhia de casa, e mergulhar nele, foram dois dias intensos de leitura, cada minuto livre foi dedicado a ele. Eu vivi em Daevabad!

Voltando ao livro, as expectativas estavam altíssimas, e todas foram atendidas! Tem tudo o que eu queria: magia, tapetes voadores, cultura islâmica – com algumas adaptações, mas para quem conhece a religião existe muitas referências. – e original do oriente médio, personagens místicos e misteriosos. Amor, lealdade e ainda muito mais.
Por onde eu começo?

Vou começar a falar da edição. No Brasil, A Cidade De Bronze da autora americana S.A. Chakraborty é publicado pela editora Morro Branco – olá, você tem um lugar todo seu no meu coração viu! – É uma belíssima edição, – que me fisgou antes mesmo de eu saber o tema – capa dura com pet metalizado dourado e tem alto relevo no título. Eu adorei a diagramação do livro, simples, porém, com detalhes em cada capitulo. O livro ainda trás a ilustração de um mapa, um detalhe simplesmente adoro em livros d fantasias. A arte da capa é em tons tão fortes e fascinantes, combinam perfeitamente com o livro e os seres fantásticos da história. Além de tudo, no livro vem um marcador com a mesma arte da capa, algo que eu notei vir em todos os livros da Morro Branco.



Normalmente os livros de fantasias utilizam as influências da cultura eurocêntrica, mais ainda centralizada na cultura celta e grega, alguns poucos adaptam os mitos nórdicos. E raramente vejo o uso das demais riquíssimas mitologias que temos, por esse vasto mundo.
Por esse detalhe eu fiquei tão feliz de saber desse livro, que tem como mitologia básica os mitos do oriente médio. E nesse ponto preciso falar da qualidade da escrita da autora Chakraborty, que conseguiu muito bem ambientar esse mundo das mil e uma noites, para o publico atual, que talvez não esteja tão acostumado com as referências, os detalhes da cultura, dos seres mágicos foram apresentados durante a jornada aos poucos, então não foram uma enxurrada de fatos jogados de uma hora para outra e sem tempo de assimilação. Outro ponto que vou destacar é o estilo descritivo da escrita de Chakraborty, desde os personagens, suas roupas, jóias, até cada local da cidade são descritos, podemos imaginar muito bem a cidade de bronze.

Agora a trama do livro em si... Nahri, Dara e Ali são os personagens principais do livro, porém apenas Nahri e Ali, possuem capítulos com os seus pontos de vistas, são através dos dois que vamos acompanhar a história, e conhecer todos os segredos enterrados nas areias misteriosas do deserto dos Daevas e Djinns. Desde a sua criação ao mito do gênio da lâmpada.

Nahri é uma órfã, que cresceu nas ruas do Cairo, em pleno século XVIII, ela não confia nas pessoas e não acredita em magia, mesmo que viva utilizando as crenças das pessoas para sobreviver, uma golpista e ladra talentosa, ela vive enganando aos demais, realizando rituais “sagrados”, e arrancando assim o dinheiro que necessita para realizar o seu sonho: aprender medicina. Isso porque o seu grande dom é a cura.

“- Você é jovem – disse o farmacêutico, em voz baixa, – não tem experiência com o que acontece com pessoas como nós durante uma guerra. Pessoas que são diferentes. Deveria manter a cabeça baixa. Ou melhor ainda, partir.”

Então em um desses rituais, ela resolve que seria bom cantar em uma língua que somente ela conhece, que acredita ser a sua língua nativa. Veja bem, ela está em um ritual de exorcismo de um djinn, que aparentemente esta possuindo uma jovem.

Logo após o ritual enquanto ela vai embora, a jovem que estava possuída surge no cemitério, e bom, ela realmente estava... Um ifritt, um demônio do fogo, está decidido a matar ela agora.

Muitas coisas acontecem, e para salvar Nahri, surge um ser misterioso, poderoso e belíssimo. Dara a resgata e a leva em uma jornada para a cidade de bronze. Daevabad.

Nessa jornada, Nahri descobre alguns dos mistérios do seu passado e origem, e descobre principalmente que magia não somente existe, porém faz parte do seu legado.

Dara é um Daeva, e está ligado à jovem, enquanto ambos lutam por suas vidas, um elo entre eles é forjado. (longe de mim, desejar influenciar alguém no quesito romance e torcida, mas esses dois têm a minha torcida)

No outro ponto de vista da historia temos o jovem Ali, segundo filho do rei djinn, é através dele que conhecemos como funciona o mundo dos djinns, sua política a luta de classe e os complexos movimentos em busca de poder na cidade de bronze.

Quando as vidas de ambos se unem na trama já na cidade de bronze que podemos apreciar o quão eles parecem terem sido destinados a se encontrarem.


Não falarei mais sobre a trama, para que vocês possam ler e serem cativados como eu fui ao ler esse livro. Existe muitos segredos e para sobreviver na cidade que deveria ser o seu refugio Nahri deverá descobrir quem ela é realmente, o que deseja para si e em quem confiar.

“- Achei que honestidade fosse uma virtude.– Nem sempre.”

Nahri, Dara e Ali, são personagens complexos e cheios de magia, e representa lados diferentes de uma mesma história, o que achei fascinante.

Ali, no inicio tem todo o meu desgosto, seu fanatismo religioso, não me parece algo bom, eu sou afinal contra todo o fanatismo, porém, ao decorrer da trama, a personalidade dele vai amadurecendo e no final me vi gostando dele.

Nahri, é de inicio maravilhosa, uma personagem brilhante e cheia de cores e calor, sua fibra e força me cativaram, apesar de que do meio em diante da história ela ter sido um pouco ofuscada, afinal, jogada em uma cidade estranha, ela precisa aprender a jogar um novo jogo de poder e descobrir em quem confiar, ela passou por uma jornada interessante, e me fez vibrar com ela no final.

Dara, amo, enalteço, torço por ele como uma cheerleader em final de campeonato. Por ser um ser tão poderoso e misterioso, ele me conquistou, existe tanto sobre ele que não sabemos, e tantas tristezas, solidão e sacrifícios, que me vi querendo o colocar em um potinho e proteger. E digo isso, ciente de que ele causou horrores durante sua vida.
Ou seja, um personagem longe de ser um herói, porém em seu cerne habita um.



Esse é o primeiro livro da trilogia, e por temos apenas a base da história, conhecemos os personagens no poder, é uma trama de fantasia muito bem escrita, onde temos um paralelo com a realidade muito forte, não somente de perigos mágicos Nahri, precisa enfrentar e sim, jogos sujos de políticos corruptos, preconceitos e racismo. Infelizmente tão reais e tão conectados com a nossa realidade. A autora soube, desenvolver muito bem uma trama complexa e rica.

“Era um puro-sangue. Seria preciso muito mais do que bronze líquido para feri-lo.”

Os acontecimentos são um intricado quebra cabeça que leva para um clímax final que me deixou atordoada, eu não esperava aqueles acontecimentos e revelações do final, apesar de que algumas dicas terem sido dadas ao longo do livro, algumas que eu já estava imaginando que seriam importantes, porém reunidas criaram um final que me surpreendeu e me deixou desejando já ter os próximos livros para continuar a leitura.

Indico para todos que gostam fãs de fantasia e de tramas elaboradas e políticas. Um livro repleto de mistérios, de uma cultura riquíssima e ainda mais, um livro que aborda temas tão importantes como a luta por direitos iguais para todos.

Até a próxima.


10 comentários

  1. Sabe o que é mais bacana nas resenhas aqui do blog? Esse jogar a resenha com o coração de quem realmente leu a obra e sim, absorveu cada palavra, cada capítulo!
    Primeira resenha que leio da obra e claro que já fiquei morrendo de vontade me jogar no universo de Daevabad!
    Por tudo que li acima, é uma fantasia completa em todos os sentidos, mas com esse senso de ser tão real, ainda mais nos tempos sombrios que vivemos, luta por igualdade, por irmãos!!!
    Amei muito tudo e se a capa e a diagramação da Editora são perfeitas, o enredo também é.
    Com certeza, vai para a lista dos mais desejados!!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Vivian!
    Já gostei porque muda as mitologias que estamos acostumados a apreciar e traz a mitologia do Oriente médio, bem diferente.
    Gosto muito de fantasias e quando trazem coponentes diferenciados que envolvem magia e esoterismo, me atrai ainda mais.
    Gostei de saber que é como um quebra-cabeças para entendermos o enredo, porque nos faz parar e pensar.
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Olá!
    Uau, que livro e que trama viu. Tem uma ótima premissa e uma historia bem envolvente. Dificilmente ler livros que há alguma trama de mitos e tal, mas fiquei bastante interessada pela leitura. Espero muito conseguir ler em breve!

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  4. Gosto de ler fantasia, mas a única mitologia que se fez referência em algo que li foi a hindu. Achei interessante esse livro, já que gosto de leituras que fazem referência a alguma coisa e por conta que trata de uma mitologia que não vemos normalmente.
    Gostei que o livro trata de entregas políticas e ao mesmo tempo trás personagens envolvidos com magia. Espero poder conhecer melhor a trilogia.

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  5. Olá! Mas gente que eu vivo sendo atingida por essa tal maldição djinn e nem fazia ideia #medo! Só posso dizer uma coisa sobre esse livro “PRECISO” ( e o mais rápido possível) eu amei o enredo e essa resenha só nos deixa ainda mais aguçada e necessita de passar um certo livro na frente (que os outros não me ouçam)! Fantasia é o meu segundo gênero favorito da vida, então não tem nem como não ter me empolgado! Adeus mundo real, partiu aventura!!!

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  6. Não sou muito fã de fantasias, mas esse é o tipo livro que eu leria sem problemas. Gostei bastante da capa e do que apresenta o livro. Achei o marcador de páginas bem fofo e criativo. Curti muito e espero ler esse livro.

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  7. Olá! ♡ Eu amooo Fantasia, é um gênero que dificilmente me decepciona e que me cativa demais ♡
    Adorei que nesse livro a mitologia trabalhada difere das que estamos acostumados a ver, já quero conhecer mais sobre os mitos do oriente médio! ♡
    Adorei a premissa desse livro, com certeza vou adicionar ele a minha lista de leituras! Obrigada pela indicação!
    Beijos! ♡

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  8. Oiii ❤ Já fiquei interessada na história pelo fato de ter a ver com mitologias do Oriente médio e que nunca li nada sobre, além de que me interesso muito por mitologia. Legal que a autora insere a mitologia de uma forma que o leitor vai conseguindo assimilar durante a trama.
    Achei interessante a forma que Nahri descobre que tem poder.
    Estou curiosa para saber mais sobre Dara também.
    Quero muito ler esse livro.
    Beijos ❤

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  9. Oiii ❤ Já fiquei interessada na história pelo fato de ter a ver com mitologias do Oriente médio e que nunca li nada sobre, além de que me interesso muito por mitologia. Legal que a autora insere a mitologia de uma forma que o leitor vai conseguindo assimilar durante a trama.
    Achei interessante a forma que Nahri descobre que tem poder.
    Estou curiosa para saber mais sobre Dara também.
    Quero muito ler esse livro.
    Beijos ❤

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  10. Pelo fato do gênero fantasia ser o gênero Favorito eu fiquei super curiosa quando anunciaram o lançamento desse livro e ele é o tipo de leitura que não decepciona. Ressaltando o quanto eu amo quando os autores trabalham mitologias dos livros de fantasia esse livro me ganhou 100%

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