O Primeiro Imortal - Rodrigo N. Alvarez

15 de novembro de 2019

Título: O Primeiro Imortal
Autor: Rodrigo N. Alvarez
Páginas: 336
Ano: 2019
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção Científica, Suspense
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:    
Sinopse: O que acontece com a alma quando o coração para de bater?
Quando morremos, será que a alma morre também?
Em 1987, na Península de Yamal, na Sibéria, uma descoberta pode mudar o futuro da humanidade.
Durante uma caçada, o soviético Yuri encontra dentro de uma caverna de gelo quatro corpos de seres humanos, que ficaram congelados e preservados por 38 mil anos.
Reconhecendo a oportunidade de ganhar uma fortuna, o ganancioso primo de Yuri vende um deles, clandestinamente, a membros de uma sociedade secreta que há décadas busca desvendar o enigma da imortalidade.
Quando o impensável acontece e eles conseguem trazer o corpo de volta à vida, cientistas de várias partes do mundo entram em uma disputa sem limites pelo homem que venceu a morte.
Só que, ao retomar a consciência, o primeiro imortal recupera também suas memórias, desejos e sonhos. E decide reaver o que é seu, fazendo com que o projeto saia totalmente de controle.
Em sua estreia na ficção, o renomado autor Rodrigo N. Alvarez leva o leitor por uma viagem no tempo e por lugares tão diversos como Sibéria, Romênia, Estados Unidos, França, Alemanha e Brasil, passando por cavernas, geleiras, florestas, museus e centros de pesquisa de última geração.
Com enorme habilidade, tece uma colcha narrativa mesclando arte, paleontologia, história e antropologia para contar a emocionante jornada de um sapiens ancestral em busca do sentido da própria existência.


Este livro foi cedido pela Editora Arqueiro, porém as opiniões são completamente sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora. 

Resenha:

Rodrigo Alvarez
, jornalista consagrado e escritor de 8 títulos, todos com temática religiosa baseados em fatos reais, lança agora seu primeiro livro quase totalmente ficcional (como o próprio autor disse em entrevista sobre sua obra, existem pessoas empenhadas e investindo milhões, bilhões de dólares em pesquisas sobre criptogenia e imortalidade) sobre a ressuscitação de corpos congelados.


Este tema é um assunto intrigante visto que, em algum momento de nossa vida, todos já nos questionamos sobre a possibilidade de viver eternamente, algo que vem sendo estudado desde o Egito Antigo em seus processos de mumificação e na construção de pirâmides

Quando falamos em imortalidade, levantamos algumas questões religiosas e filosóficas que no início do livro são apresentadas por um dos personagens envolvidos na ressurreição do que parece ser o primeiro imortal da história da humanidade.

"Se a morte durar apenas alguns instantes... a alma voltará ou irá procurar outro corpo? E se o corpo ficar esperando por anos e anos antes de renascer... será possível que um outro espírito venha expulsar nosso espírito para ocupar nosso corpo?
Será razoável pensar que a alma humana jamais poderá se separar do corpo pelo simples motivo de que não há diferença entre o que é corpo e o que é alma?"


O livro é narrado por Yuri Pudako Temzrisovich, que conta sua estória para sua filha Yulia (temos no prefácio e em alguns pontos da leitura, cartas que Yulia deixou para seu editor a respeito dos fatos, ferramenta interessante do autor para nos deixar devidamente ambientados sobre o narrador em momentos estratégicos) e toda a aventura inicia em Yamal, península siberiana, por volta de 1987 quando, em uma caçada a renas, Yuri e seu primo Vladimir encontram um fóssil de mamute congelado em uma região chamada Permafrost, local congelado que em alguns trechos pode atingir centenas de metros e permanecer intacto por milênios.

Pude identificar que Yuri é uma pessoa mais centrada e que gosta da ideia de preservar descobertas como estas em museus e admira estudos científicos ao contrário de Vladimir, um homem ganancioso que pensa apenas em quantos snowmobiles ele conseguiria com um contrabandista de fósseis.

Após a descoberta do mamute e a vinda dos cientistas para levar o fóssil, os dois resolvem continuar sua caçada mas, em um determinado momento eles se separam e Yuri acaba caindo em uma caverna subterrânea onde encontra alguns humanos perfeitamente congelados, em perfeito estado de conservação e um mistério se apresenta:

"Fiquei assustado, pensando que, sem dúvida, era gente o que havia ali dentro.
É gente... mas não é daqui.
Pelo que eu podia ver, aquelas pessoas não tinham semelhança alguma com os povos da Sibéria."

Vladimir encontra o primo e em um surto de ganância, o mata a facadas, negociando um dos corpos com alguns cientistas que, clandestinamente, conseguem acordá-lo para um estado semi vegetativo e os acontecimentos que surgem a partir desse evento e vão se desenrolando por mais de 20 anos, é algo que vamos descobrindo no decorrer da leitura.

Confesso que a mistura de ficção científica com questões religiosas (como o questionamento sobre as condições em que a alma permaneceria no caso da preservação por criogenia) funcionou muito bem e foi desenvolvido com qualidade inquestionável por Rodrigo Alvarez.

Não é segredo para quem me conhece que sou fã de carteirinha de autores nacionais contemporâneos e Rodrigo entrou para minha lista de escritores de alta qualidade com essa estória que envolve um cenário e enredo arrepiantes (com certeza merece estar numa lista de "livros para ler no inverno", enrolada em um cobertor com uma caneca de chocolate quente) num misto de ficção científica, romance policial e espionagem, unidos de forma primorosa.

"Mas, antes de qualquer coisa, o governo francês queria confirmar as informações que Fabrice Jacquemont obtivera de seu informante na Sibéria. E, como havia ordem para que não enviassem um único cidadão francês à Romênia sem autorização expressa, a primeira medida foi a contratação de uma espiã em Bucareste, enviada imediatamente ao asilo do Dr. Tepes em Sighisoara."

É perceptível o trabalho de pesquisa do autor e sua dedicação com as informações apresentadas. A revisão do livro é perfeita, não encontrei nenhum problema com esse quesito e a escrita é envolvente, daquelas que dá vontade de dar uma pausa no relógio da vida para se dedicar exclusivamente a ela.

10 comentários

  1. Estava lendo sobre este livro estes dias numa divulgação no Insta e já coloquei a obra na lista de desejados!
    Um tema forte e sim, muito, muito estudado e foi gostoso ler que o autor pesquisou e escreveu uma obra, mesmo ficcional, baseada em fatos reais.
    Isso só mostra o talento e dedicação do autor!
    Nossa literatura nacional é primorosa e com certeza, quero muito ter a oportunidade de conferir a obra!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Olá!
    Eu não conhecia o livro mais deixou-me bastante curiosa e essa mistura de religião com ficção cientifica foi ótima. Adorei, tem uma ótima premissa e espero ter a oportunidade de ler sobre a trama e saber como terminará essa historia.

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  3. Olá Fabíola!
    Esse livro possui uma sinopse tão instigante que é impossível não fica curioso para conferir a história, que pela resenha parece fazer uma boa mistura das ciências biológicas e humanas. Alvarez acerta ao construir a trama utilizando todo o ocultismo que permeia a imortalidade, fazendo com que o leitor deseje saber mais e mais sobre esse misterioso caso de ressurreição. Além disso, a diversidade de locais contribui para que o enredo fique ainda mais grandioso, garantindo uma experiencia rica.
    Beijos.

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  4. Oi, Fabíola
    Achei bem interessante, pois adoro livros com assuntos voltados pra religiões, sobre mitos e tudo que fala sobre mortalidade, não acredito em tudo, mas gosto de ler e esse tem pelo jeito um lado histórico bem construído.
    Vai pra lista!
    bjs

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  5. Oi Fabi,
    Adoro livros que tratam da dicotomia morte x imortalidade, são esses que mais me prendem no gênero ficcional. Achei também bem criativo a imersão de outra questão abordada ai a criogenia, fascinante mesmo. Acho que é muito difícil juntar todos esses aspectos, mas claro, pude perceber que parece que o autor fez com muita maestria. Fiquei interessada.
    Ótima resenha,
    Beijinhos.

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  6. Ah Olha só
    Chama mesmo muito a atenção esse livro!
    Uma história interessante, com uma temática que realmente pode ser de polos opostos. Ciência e religião mas que aqui parece ter se casado bem.
    Leremos no futuro!

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  7. Fabíola!
    Minha admiração pelo Rodrigo Alvarez é justamente o fato de ele ser um pesquisador incansável e mesmo os livros religiosos dele, são todos bem fundamentados em suas pesquisas, inclusive de campo.
    Mesmo sendo um livro de ficção, tinha certeza que ele traria a questão da religiosidade, porque é a especialidade dele.
    Deve ser um livro excepcional e já está nos desejados.
    cheirinhos
    Rudy

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  8. Oi Fabiola,
    A imortalidade é mesmo um assunto instigante que rende muitas discussões e pesquisas, mas eu tive pouco contato com a temática através de livros. São em situações como essa que vemos o melhor e pior lado do ser humano. Como sempre a ganancia e o egoísmo falam mais alto e aqui o autor trouxe bem um exemplo disso. Um primo mata o outro pensando em quanto conseguiria lucrar com a descoberta. Só esse começo já rende uma ótima história, mas o autor explora cada elemento narrado e muito disso se deve, acredito, por causa de sua experiência profissional. Fica bem claro só pela sinopse que Rodrigo foi a fundo nas investigações para a criação deste enredo. Fiquei muito curiosa com essa trama e sendo uma leitura nacional de tão boa qualidade fico muito orgulhosa e feliz com a indicação.

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  9. Olá! Eita que é quase impossível não ficar interessada nesse livro e me deparei com ele há uns dias atrás e a sinopse acabou lembrando um pouco dessa última novela das sete (#nãomejulguem), mas o livro parece trazer um enredo bem mais dark! Além claro de nós fazer refletir sobre esse tema tão controverso.

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  10. Terminei ontem a leitura desse livro. Gostei demais!!!!
    Mas ficaram duas dúvidas...
    * O primo foi ressuscitado também, e assim pode narrar a história?
    E Ignatius? Se matou, mergulhando no rio?

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