Luz, Câmera, Ação: O Ódio que Você Semeia

10 de fevereiro de 2019

Luz, Câmera, Ação: O Ódio que Você Semeia.
Diretor ou produtor: George Tillman Jr.
Ano: 2018
Gênero: Drama
Elenco: Amandla Stenberg, Regina Hall, Russell Hornsby, Algee Smith, KJ Apa, Lonnie Rashid Lynn, Anthony Mackie.
Nota:  
Sinopse:
Starr Carter (Amandla Stenberg) é uma adolescente negra de dezesseis anos que presencia o assassinato de Khalil, seu melhor amigo, por um policial branco. Ela é forçada a testemunhar no tribunal por ser a única pessoa presente na cena do crime. Mesmo sofrendo uma série de chantagens, ela está disposta a dizer a verdade pela honra de seu amigo, custe o que custar.




Resenha:
Hoje vou conversar com vocês sobre o filme: O ódio que Você Semeia, ele é uma adaptação do livro de mesmo nome da autora Angie Thomas (cuja resenha temos aqui).

Ódio que você Semeia, é o tipo de filme para refletir, ele toca nas feridas abertas que parecem que jamais vão cicatrizar, feridas causadas: pela violência, pelo ódio, preconceito e medo.

Não fala de nada que seja novo, não abordar algo inédito, e por isso impacta tanto. A luta incessante da população negra em busca de sua liberdade, segurança e um destino melhor para seus filhos, é algo que já foi debatido em diversas mídias (livros, artigos, televisão, sétima arte...), então porque ainda hoje são filmes tão necessários?

Porque infelizmente estamos longe de conseguir um mundo igualitário.

“7. Queremos um fim imediato da brutalidade policial e dos assassinatos de pessoas negras.Acreditamos que podemos acabar com a brutalidade policial em nossa comunidade negra... – Programa Dez Pontos – Partido dos Panteras Negras”

O racismo é ainda um dos maiores motivos para o assassinato de jovens negros no mundo.


A primeira cena do filme, já me fez recordar tantos outros momentos emblemáticos em séries e filmes: Onde um pai Negro, ensina a seus filhos a como reagir diante da policia, ali está algo que fere como ferro quente, essa realidade que existe majoritariamente para a população negra: TEMER aqueles que deveriam os proteger.

No filme, temos uma jovem negra Starr que é testemunha do assassinato de um amigo de infância. Um policial atira no jovem NEGRO, pois em sua mente ele confundiu uma escova de cabelo com uma arma.


A partir desse ponto, vemos as conseqüências desse erro reverberar pela comunidade.
Starr que já havia passado pelo trauma de assistir outra morte, não consegue continuar seu dia a dia sem se sentir amedrontada, furiosa e entristecida. Ela que os pais colocaram em um colégio em outro bairro justamente para que ela ficasse protegida de toda a violência de seu bairro se sente cada dia mais dividida: Entre a Starr de seu bairro, da Starr que esperam que ela seja na escola de elite. De certa forma, assistimos Starr deixar de vez a inocência da infância e descobrir quem ela deseja ser como adulta.

Diante da necessidade de falar pela vida de seu amigo que foi dizimada e cujo assassino pode sair impune, a adolescente precisa refletir sobre a importância de seu testemunho e enfrentar os perigos que é se erguer em defesa da população negra.

“Quando você estiver pronta para falar, fale. Não deixe ninguém calar a sua boca.”

Como eu disse, um filme importantíssimo, que nos leva a muitas reflexões. Por ter um linguajar jovem e atual, ele traz aos jovens negros a representatividade tão importante, e a todos os demais seres humanos, nos cutuca para que paremos de fechar os olhos diante de tudo que está tão errado em nossa sociedade.

Outro ponto que achei muito interessante foi à dinâmica familiar de Starr, seus pais, irmãos todos eles são parte importante de quem ela se torna, ali está sendo mostrada uma família repleta de amor embora não seja mostrada como uma família onde todos são perfeitos, muito pelo contrario. Extremamente real.

“Razões para viver são razões para morrer”

Um excelente filme, com atuações emocionantes de Amanda Stenberg no papel principal, ela que já é conhecida do público graças a sucessos como Tudo e todas as coisas, Jogos Vorazes entre outros, nos entrega muita emoção em sua interpretação, os dilemas vividos por Starr são refletidos nos olhos e face, as lágrimas derrubadas silenciosamente, nos mostram quanta dor ela está guardando para não cair. Uma das melhores atuações dela, a meu ver. Outro ator que eu já gostava desde a época do E.R (Plantão Médico) Russel Hornsby, se destaca como o pai de Starr, que a apóia em sua luta e que ensina aos filhos a importância de ter orgulho de sua ascendência. É dele frases que me fizeram para tudo anotar e buscar fontes, para compreender melhor toda a história por trás do que ele diz aos filhos.



Um filme para quem gosta de Dramas e temas importantes para a sociedade.

Quem já viu? Gostou? O filme definitivamente me convenceu a ir buscar o livro para ler.

Até a próxima pessoal.




12 comentários

  1. Vivian,
    Infelizmente o cinema da minha cidade é muito fraco, preciso esperar o filme sair na internet para assistir, e espero que seja em breve.
    Acho tão necessário (infelizmente) que filmes e livros nesse estilo sejam produzidos, principalmente para abrir os olhos da população, para verem como o racismo ainda é tão presente que dá medo.
    Sobre o filme, já pelo trailer vemos que as atuações estão maravilhosas, com personagens intensos, gostei também da escolha de protagonista!
    Enfim, sem dúvidas irei assistir.
    Beijos

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    1. Oi Vitória.
      Sei bem como é isso aqui na minha cidade os cinemas são pequenos e só passam filmes dublados (que eu tenho certo bloqueio)
      De uma olhada na Internet que já deve estar disponível.
      Eu adorei as escolhas de atores para esse filme. Foi excelente.
      Quando eu quero muito ver um filme. Eu fujo de todos os spoilers (incluindo trailers) para ter todasucesso as surpresas possíveis. Esse filme foi assim.
      Temas necessários para serem assistidos e debatidos. Só o diálogo pode destruir o racismo e suas mazelas.
      Beijos e espero que tenha uma ótima experiência ao assistir esse filme depois.

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  2. Quero muito ler e assistir essa obra. Nossa eu sempre fico impactada com as resenhas que leio sobre essa história, é triste saber que infelizmente situações como as que o filme retrata acontecem diariamente e os números são assustadores. Eu adoro essa atriz desde que a vi em Tudo e todas as coisas, ela atua super bem. Com certeza um filme que todo mundo deveria assistir e se conscientizar acima de tudo.

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    1. Luana, tudo bom.
      Realmente é um tema que infelizmente é ainda necessário que tenha debate em todas as mídias, eu me senti muito tocada ao assistir esse filme, as atuações estão muito boas. Quando assistir vai ver que é impossível não parar pra refletir.

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  3. Esse filme parece estar lindo mesmo, a história é bem importante, um tema que está tão presente em nossas vidas, que mas que tantos fingem não ver...

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    1. Oi Jéssica, isso mesmo, apesar de estar presente em nosso dia a dia, muitos finge não ver, é o que chamamos de invisibilidade da causa negra, do racismo e da opressão.
      Este filme está belíssimo e imagino que ninguém que o veja, não tire um minuto para refletir após ele.

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  4. Olá! Fiquei com muita vontade em assistir o filme, já tinha me interessado pelo livro, que traz uma história tão cruel, mas ao mesmo tão (infelizmente) real. Sem dúvida é importante acompanhar esse dia a dia que precisa ser mudado, o filme traz uma carga de emoção imensa e tenho certeza que vou ter que recorrer aos lencinhos. Sinto que ao invés do ser humano evoluir, estamos “desevoluindo” a cada dia é tão preocupante e assustador, afinal são temas que não deveriam, mas em pleno século XXI precisam ser abordados, a pergunta que fica é até quando?!

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    1. Essa pergunta é uma a qual sempre me faço: Até Quando? Até quando será necessários que jovens percam suas vidas, por preconceito?
      Eu indico esse filme e sim! Leve uma caixinha de lenços, muito necessário infelizmente.

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  5. Filme de muita importância que deve mesmo ser mostrado. Uma história forte, triste, mas real em nossa sociedade. Ja vou preparando meu emocional para assisti.

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    1. Ana, faça isso! Eu vi sem saber do que se tratava e foi bem forte.

      Infelizmente um tema que precisa e muito ser abordado.

      Boa sessão pipoca para ti.

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  6. Oi, Vivian
    Infelizmente não pude ir assistir o filme, queria muito. Minha cidade não tem cinema e ir na próxima cidade é mais difícil quando dependemos de ônibus.
    Mas quando tiver oportunidade quero muito assistir e ler o livro.
    Beijos

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    1. Oi Luana, eu simpatizo contigo, preciso ir na cidade ao lado também.

      Espero que tenha logo a oportunidade de ver esse filme. muito bom!

      beijos;

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